Não Vimos Nada!
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É o que a Comunidade Internacional diz da ocupação do Tibete, também iniciada num 21 de Outubro, com esterilização de parte importante das Mulheres e obrigação de outras se cruzarem com etnias diversas, não falando nos habituais assassínios e perseguições ao clero local. Porquê? Porque a autoria da façanha é imputável à poderosa China e não a um qualquer primeiro-ministro do Ruanda. Ocorreu-me a publicação deste «Tibete», de Pat Martin, acompanhado das palavras do Padre Manuel Bernardes:
«OS HYPOCRITAS
É hypocrita o mercador que dá esmola em publico e leva usuras em occulto; é hypocrita a viuva que sahe mui sisuda no gesto e habito, e dentro em casa vive como ella quer e Deus não quer; é hypocrita o sacerdote que sendo pontual e miudo nos ritos e ceremonias é devasso nos costumes; é hypocrita o prelado que diz que faz o seu oficio por zelo da honra e gloria de Deus não sendo senão pela honra e glória propria. É hypocrita o que não emenda em si o que repreende nos outros, o que cala como humilde não calando senão como ignorante, o que dá como liberal não dando senão como avarento solicitador das suas pertenções, o que jejua como abstinente não se abstendo senão como miserável. Seria nunca acabar pôr em resenha estas capas de virtude cubrindo o vício. Está o mundo cheio de hypocritas, e quasi todos são cyrineus que levando a cruz não morrem nella.».
E são hipócritas, permito-me acrescer, aqueles que se mostram zelosos do cumprimento da renúncia ao Mal quando de fracos se trata, mas viram a cara diante dos desmandos dos poderosos.
6 Comments:
At 10:09 PM, Je maintiendrai said…
Caramba, Confrade Cunha Porto! Hoje não há mãos a medir no seu blogue... Por cima, por detrás, apetecia comentar todos...
At 10:33 PM, Paulo Cunha Porto said…
Obrigado, Caríssimo!
É para me vingar da semana tomada pelos Operários de Construção. E esse «por cima, por detrás» tomo-o como um "extra" ao "post" da Megan, hihihihi.
Abraço.
At 11:15 PM, Anonymous said…
Qual será a forma mais eficaz de lidar com os problemas do Mundo?
Será eticamente correcto intervir quando podemos e não intervir quando não há força para isso, como é o caso de Tibete e Chechénia?
Ou valerá a pena, pelo menos, não deixarmos de evitar o sofrimento no Ruanda por não o podermos fazer em relação ao Tibete ou a Chechénia?
(estou no plano dos princípios, evidentemente. Até à prática seriam/serão necessários enormes passos...)
At 11:05 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Miguel:
No que toca ao Ruanda está tudo bem na reacção. Não me parece admissível é um duplo padrão por medo de hostilizar um grande. Deve-se encontrar forças para lutar, mesmo que isso envolva o maior dos sacrifícios. Não são as abstenções ditadas pelo possibilismo que entram na Hiswtória como exemplos...
Abraço.
At 10:51 PM, Anonymous said…
Sempre coerente com os seus princípios e a sua forma de raciocínio, honro-o por isso. Quanto ao resto, temos apenas visões diferentes quanto aos limites da possível actuação.
Abraço
At 9:21 AM, Paulo Cunha Porto said…
Clar, Caro Miguel, que não ignoro as dificuldades. Não acho é grande dignidade e até justificação em poderes e povos que se deixam paralisar pela perspectiva delas.
Abraço.
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