O Cartório e as Culpas

No complicado caso de vingança e ameaça protagonizado por uma imigrante brasileira contra dois magistrados dessa Grã-Bretanha que a acolhera vários pontos há que atentar. Que se tenha querido vingar do despedimento por uma juíza depois de por ela ser despedida, ameaçando-a de revelar que fora ilegalmente contratada, não é mais do que morder a mão que a alimentou, sendo paradoxal apenas na nua lógica que quando a conformidade à lei chega surja a denúncia da irregularidade cessada. A relação que começou com um colega da ex-patroa que com ela tivera affaire de torridez apimentada por pó branco e atestada por duas cassettes vídeo subtraídas pela chantagista quase poderia ser relegada para uma questão de Mulheres.

Mas há três assuntos mais graves:

1- Servindo os dois mantenedores da Lei no organismo que regula a aceitação de imigrantes e asilados, quem garante que não desrespeitem a norma que deveriam aplicar, em proveito proprio, pois que um deles violou essa mesma previsão na sua domesticidade?

2- Que garantias dão decisores que se fazem filmar em intimidades e consumos que os colocam potencialmente em estados mentais de capacidade de julgar diminuída?

3- Com a cobertura jornalística da condenada encarnando um papel de "estrela vingadora" que atira beijinhos ao público, não se correrá o risco de o público pensar pensar que a severidade da sentença que a sancionou tenha sido motivada por os chantageados serem do grupo profissional dos julgadores?

Pensai no caso, mas não demasiado. Bom fim de semana.