Canhonada
Aniversário de Trafalgar. A História é como o António Silva do «PÁTIO DAS CANTIGAS», não trata os chefes políticos da mesma maneira, tal como ele não tratava os empregados. Se consagra com toda a justiça os erros colossais de Hitler na segunda fase da Frente Leste, é benévola para com o Bonaparte que conta. No caso da batalha onde Nelson pereceu é mais do que notório. O pobre Almirante Villeneuve estava longe de ser um cobarde e vinha de uma vitória, embora não decisiva, sobre a esquadra de Calder. As suas andanças pelo Oceano obedeciam a instruções do Imperador, no sentido de distrair os vasos de guerra ingleses da guarda às próprias costas, fintando-os e juntando-se, posteriormente, à armada que preparava a invasão. A sua renúncia a atacar os postos dos Barbados e o refúgio na segurança portuária de Cádiz deveram-se tão-só a não ter recebido o reforço previsto, bloqueado em Brest, e a ter percebido dois grupos inimigos de navios, que tornariam arriscado o combate. Pois ainda assim o alienado Napoleão o acusou de cobardia e lhe fez saber pelo Ministro da Marinha que seria destituído do comando e já estar escolhido o substituto. O resto sabe-se: saiu, arrastou os barcos espanhóis, perdeu. O nome do local virou praça londrina.
Depois de preso e libertado foi encontrado morto, quando se dirigia a Paris. Determinou-se que foi um suicídio, especulando-se que não teria tido coragem de enfrentar o patrão. É duplamente estranho - se assim fosse por que raio teria voltado a França? E seis golpes de lâmina no queixo e no pescoço não parecem o processo natural de um militar pôr termo aos seus dias...
Vida dura, a dos que servem, pelas armas, os tiranos. O quadro é de Turner e está tudo dito.
9 Comments:
At 8:31 PM, Anonymous said…
Hubiera sido mejor encomendar la direccion de la Batalla al Almirante Churruca..........
At 8:54 PM, Paulo Cunha Porto said…
A direcção não foi a melhor, Çamorano Amigo. Mas o erro crasso foi do Imperador, pois que em Cádiz não entava a frota britânica.
Abraço.
At 9:38 PM, Anonymous said…
Trafalgar.....¿Causa de que el nombre "Nelson" no fuera popular en España y pocos niños fueran bautizados con ese nombre?
At 9:59 PM, Paulo Cunha Porto said…
Olha que nunca tinha pensado nessa razão, Amigo Çamorano. Será que o Confrade Nelson Buíça assim Se denomina em homenagem ao beneficiário dos favores de "Lady" Hamilton?
Abraço.
At 11:11 PM, Anonymous said…
Está bem visto. O corso parece que sim, que era uma peste. Gosto do quadro. Cumpts.
At 11:17 PM, Anonymous said…
Não sei se a História é assim tão benévola com Napoleão... ainda há dias vi aí pela blogosfera a sugestão de criminalizar a negação das pilhagens francesas em Portugal no início do século XIX...
"Vida dura a dos que servem, pelas armas, os tiranos."
Uma excelente frase que se poderia aplicar a Rommel.
Abraço
At 5:09 AM, Anonymous said…
És um autêntico Viagra pedagógico, Paulo.
Toma-se uma pílula vermelha (tão ilustre benfiquista não suportaria pílula azul) e ergue-se logo, super-hirta como uma barra de ferro, uma brecha no reduto inexpugnável da nossa ignorância.
O quadro de Turner? Uma preciosidade. Uma esgrima de mastros banhada pela luz sábia do pincel do mestre.
At 6:15 AM, Anonymous said…
Mas acertado el "corso terrestre" que el "corso maritimo"......
At 11:12 AM, Paulo Cunha Porto said…
Era de fugir, Caro Bic Laranja. Ou de fazer fugir as tropas dele, como acabámos por conseguir.
Meu Caro Miguel:
Se isso acontecesse quem fugia era eu, hihihihi. ERmbora creia que não haja ninguém a aventurar-se nesse negacionismo, pois basta dar um passeio turístico por certos museus franceses. Mas o homem tem uma saída tremenda, ainda hoje, em França. Patacoadas associáveis à «Grandeza» da mesma, imagino.
Meu Caro Luís:
Bondade Tua. Mas claro que tento honrar o patrocinador do marcadorzito de visitas de pé de página. O quadro é, realmente, belíssimo.
Meu Caro Çamorano:
Sem dúvida!
Não é estranho, para o nascido numa ilha?
Abraços a Todos.
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