Ouvir das Boas

Já, por motivos diferentes, se tinha percebido pelas publicações misantrópicas de ontem, que as boas notícias vinham da Polónia e as más um pouco de todo o lado, com Portugal em ligar de destaque. Assim prosseguimos hoje. Um Eurodeputado polaco fez um justo elogio a Salazar e a Franco. Os portugueses presentes lá reagiram com o eretismo (não confundir com erotismo) da mediocridade, vindo os Srs. Miguel Portas e Fausto Correia a proclamar a sua dificuldade de acreditar no que ouvia e a sua surpresa, respectivamente. Até aqui, nada de novo, estas pessoas só esperam unanimismo no que é fundamental, pelo que, quando ele é quebrado, reagem como baratas tontas. Mais grave é o caso do Sr. Schultz, leader da bancada socialista, que ousou dizer que «discursos daqueles não têm lugar no Parlamento Europeu». Sob pena de a injustamente chamada Democracia perder a própria coerência com os princípios que apregoa, naquele local de representação têm de ter lugar todos os discursos que membros regularmente eleitos desenvolvam. E a posição do Sr. Schultz nem é a de dono da casa, nem a de porteiro. Para ambas é preciso mais categoria.