Dar o Nó

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Não, não é o que pensam.
Leio no «METRO» de hoje como se fosse certeza absoluta:
«Sabia que...
...a palavra gravata é originária do idioma sérvio-croata hrvat, que por sua vez saiu do alemão kravat, que finalmente evoluiu do francês cravate?».
Esta derivação servo-croata a partir do francês parece-me fruto da criatividade metropolitana, mas é verdade que os militares croatas contratados por Luís XIII usavam, notoriamente, ao pescoço um pano; e que muitos curiosos quiseram ver na palavra balcânica citada a origem do substantivo francês "cravate". Infelizmente a História da Língua não é complacente e a regista, já em Eustache Deschamps (Sécs XIV- XV), Como constata na obra do gravador Cesare Vecellio, de 1590, o termo referido ao focalium ostentado em volta da garganta, por razões de higiene e climáticas, pelos legionários de de Trajano.

Estes foram realmente tidos como os inventores do adorno, até que, em 1974, se descobriu, nas escavações na tumba do imperador da China Qui Shi Huandi (247 a.c.), esculturas, representando guardas engravatados, da qual a mais antiga seria a que se reproduz. Ficava assim o Século XVVII reduzido à no entanto importante função de época generalizadora do uso do acessório, pelos homens, que com Luís XIV conheceram inclusivé um Gravateiro Real; e pelas Senhoras, já que a primeira a usá-la foi a infeliz La Valliére. Daí para cá, é o que se sabe.
Penso que desde a época do meu nascimento, ainda na primeira metade dos anos 1960´s, ela tem desempenhado o papel equilibrador de dar cor à parte masculina da Humanidade, já que a regra era os fatos serem em cromatismos sóbrios, enquanto que as Damas, essas sim, poderiam justificar a fama de ser a Humana uma das raras espécies em que a Fémea é mais colorida do que o macho.
O improbabilíssimo Maiakovski já dizia que «o que há de mais belo e atraente num homem é a gravata». Por essas e por outras foi a uma faixa duma toilette da Irmã e, com umas tesouradas, fez uma para si.
O bloguista que publica o presente post faz questão de deixar claro que usa o trapo biografado tão pouco quanto os costumes lho consentem.