Relacionamento Entradote
Aconselha a experiência a que, quando um político britânico defende ser uma medida boa para a integração europeia, se faça precisamente o contrário, tamanha é a vontadede subalternizar a unidade continental à aliança atlântica que mantém com as colónias de além-mar. Vem a presente Foreign Secretary dizer-nos que a entrada turca seria uma opção estratégica positiva para a Europa e compará-la com o alargamento a Leste. Trata-se de comparar o incomparável, uma vez que os antigos satélites e federados da URSS que aderiram estavam cheios de vontade de ser um de nós, enquanto que entre os Turcos um entendimento religioso hostil toma conta do Estado e a maioria do eleitorado, segundo as sondagens, já diz prescindir das vantagens económicas, para manter a intransigência - e oposição ao Ocidente - nos valores e no relacionamento com a vizinhança.
Assim, o relativo pró-europeísmo de Blair fica desmascarado e revela tratar-se de mais uma tarefa cometida pelo patrão norte-americano, o qual bem gostaria de passar esta batata, que se não é quente, demonstra, pelo menos, ser morna. Só que de Washington não se arrisca grande coisa. E mesmo que Londres pense safar-se com restrições à circulação de trabalhadores análogas às que prepara para romenos e búlgaros, deveria ter presente o forçoso abaixamento dos mecanismos de segurança que a temida adesão implica, bem como a falência de uma das liberdades económicas que são pilares da União. Mas talvez seja precisamente esta última constatação que se pretende fazer passar.
2 Comments:
At 1:17 PM, Anonymous said…
Carrascos ruivos do Tamesa (Fialho de Almeida)
At 9:12 PM, Paulo Cunha Porto said…
Grande, essa, Meu Caro Çamorano! não a recordava.
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