O Conceito de Lapso

Espanta como se conseguiu acreditar que as declarações do Primeiro-Ministro Israelita sobre a possibilidade de utilizar armas nucleares contra a tentativa iraniana de as obter hajam sido um lapso! É evidente que a ambiguidade hebraica quanto ao seu arsenal atómico nunca pretendeu enganar ninguém, caso em que teria optado por negá-lo. E esta ameaça de a ele recorrer é que é, verbalmente, a arma nuclear, que esteve décadas à espera de ameaça bastante para ser usada.
Já se esperava uma declaração deste teor, para colocar Teerão em sentido. Previa-se é que fossem os EUA a produzi-la, dado o antecedente calar de tais intenções por Jerusalém. Ao avançar para lá da contenção, Olmert mostrou bem que, para o seu país, quem reúne congressos para negar uma imputação histórica de genocídio paraconstitucionalmente inserida na fundação estatal resultante do Sionismo tem toda a facilidade em "mentir" quanto à intenção pacifista do perigoso programa que desenvolve.
Mas os estados europeus têm muitas culpas neste cartório: se não tivessem perseguido os negacionistas, não teriam estes tido necessidade de procurar a asa protectora dos Ayatollahs. E semelhantes calores seriam evitados.