A Insustentável Leveza
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Quer o título do post, quer a pintura «Consciência», de R. F. Sanches, me parecem exprimir com precisão o estado interior do Major Valentim Loureiro, quando diz «conscientemente não cometi qualquer crime». Claro que se a inconsciência da ilicitude da conduta for relevante carecerá a sua acção da culpa e inexistirá crime. Cometer crimes inconscientemente é que não é possível, em casos onde é exigível a noção da gravidade da infracção e indesculpável a sua ignorância. Pelo que parece ser a consciência do Cavalheiro, mais do que um emaranhado, uma esperteza, na contingência de já não conseguir negar a factualidade das 28 prevaricações de que vem sendo acusado.
3 Comments:
At 3:24 PM, Anonymous said…
Eu que gostei tanto do livro e do filme, incomoda-me ver este nome atribuido a tão inconsciente personagem, para não dizer pior.
At 5:56 PM, Paulo Cunha Porto said…
Creio, realmente, Meu Caro Espadachim, que não oferece dúvidas o cromatismo clubístico que lidera o sistema. Mas fui motivado pela dificuldade de distinguir com precisão alguma figura na obra.
Querida arta:
Também gostei do livro. Um pouco menos do filme, apesar das Actrizes irem muito bem, embora não o intérprete do protagonista, que fez da personagem um maganão qu estava longe dos intentos de Kundera, julgo.
Inteiramente de acordo com o imerecimento da dignidade que este título pode parecer conferir. Tentarei escolher melhor. Em minha defesa direi que não referi o «ser», pretendido sugerir aaplicar-se à mera desculpa... majorada.
Beijinho e abraço.
At 5:56 PM, Paulo Cunha Porto said…
Marta, mil perdões.
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