O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Tuesday, December 12, 2006

Diz-me Com Quem Andas...

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Eu não acredito em julgamentos políticos. Mas agrada-me saber que a Etiópia de hoje está ciente da atrocidade ao nível internacional que o marxista Mengistu Al-Mariam cometeu. Não se tratava de eliminação de adversários políticos, numa luta de matar ou morrer, mas de extinguir camadas inteiras da população, de fomentar e denegar depois a fome num País que corporizou as esperanças de um Reino Cristão para lá da Europa, sempre presente nos nossos descobridores do Oriente. Matou o Povo, Matou o Rei, no caso esse imperial Negus Hailé Selassié, que, em novo, resistira heroicamente à superioridade de aramento italiana e foi sempre um grande amigo de Portugal. Como não sou da laia dos esquerdistas que por aí andam, não quero extradições nem prisões de velhos, só desejo apontar a dedo os que bradaram contra uma luta política na América do Sul e se calam perante um genocídio no Corno de África, esses que têm o racismo sempre na boca e são os piores racistas de entre os palavrosos. E outra coisa, lembrar uma vez mais esse outro Infame racista que o acolheu, expropriando, fechando os olhos a violações e espancamentos da minoria branca do seu país e tão bem se entende com semelhante monstro.
Como sentida homenagem posto a fotografia do Velho Soberano morto às mãos do verdugo.

10 Comments:

  • At 9:05 PM, Anonymous Anonymous said…

    Bom, pior que este só se for mesmo o Bokassa da República Centro Africana que devorava os seus próprios opositores políticos.

     
  • At 9:35 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    É, Meu Caro Capitão-Mor, esse era um facínora do mais repugnante, apesar de ter morto menos gente.
    Abraço.

     
  • At 9:47 PM, Blogger Marcos Pinho de Escobar said…

    Meu Caro Paulo:
    Grande lembrança deste Velho Amigo de Portugal (o antigo, é claro). Como bem diz, não há defensores dos direitos humanos a recordar o assassínio brutal deste verdadeiro Rei, Ras Tafari, nem o massacre do seu fiel povo, nas mão de uma besta humana ao serviço do comunismo soviético. Um forte abraço.

     
  • At 9:59 PM, Blogger Jansenista said…

    Atrás de mim virá... o Ras Tarafi não era um cordeirinho, mas comparado com o que veio a seguir...
    A propósito, para quando um post sobre a Mossad?

     
  • At 10:42 PM, Anonymous Anonymous said…

    De facto, o Negus dos Abexins, amigo de Portugal. Não era um santo, mas como neto da Rainha de Sabá e herdeiro do Prestes, perdoa-se-lhe tudo.

     
  • At 1:29 AM, Blogger JSM said…

    Gosto destas lembranças. Será confusão minha ou também lhe chamavam o Leão de Judá! Esclareça-me, porque Você sabe quase tudo.
    Um abraço.

     
  • At 9:43 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Euro-Ultramarino:
    Dizem que ódio velho não cansa e talvez por isso os vermelhuscos da praça prossigam, infatigáveis, nos deles. Ao ponto de nem terem ua palavra para os massacres de inocentes, porque a própria inocência lhes repugna. Repugna e atrai, querem guindar a culpa da cor deles ao estatuto dela. Mas eles é que não passarão.

    Meu Caro Jansenista:
    Esse indivíduo que agora foi julgado parece-me bem o calígula dos nossos dias, com igual ou maior maldade e menos imaginação. O Seu desejo atendido foi. Mas não revele aos nossos chefes que eu escrevi este "post": é que os mais argutos já descobriram os sinais de que quer o Negus, quer o Mengistu estiveram na lista de pagamentos da MOSSAD...

    Meu Caro Je maintiendrai:
    com efeito, tenho para aí umas fotos da visita que ele fez ao nosso País. claro que essa genealogia é mais do que redentora de pecadilhos vários. Ontem foi um dia sinistro, não consegui comentar no Seu Habitat, nemnos dos outros Amigos mudados para BETA.

    Meu Caro JSM:
    Um quase do tamanho do Mundo. Creio bem que sim; e já li que esse tratamento esteve na base de um cognome também leonino que deram a um bom general italiano que contra ele combateu e pela Tripolitânia também andou: Graziani.

     
  • At 10:29 AM, Anonymous Anonymous said…

    Senhor Jansenista, que o sangue de Palestinos inocentes não lhe caia em cima. Respeite os Mortos que tambaram pela Independência da sua Pátria.

     
  • At 4:24 PM, Anonymous Anonymous said…

    Paulo,

    Este Post é muito importante. O Negus era um pouco de Ordem (da verdadeira, a interior) e de Esperança. Lamento que Mussolini tenha passado de uma lista de mortos às costas, na ordem das duas centenas, para os duzentos milhares numa guerra que representa já a sua desorientação e incompetência externa ou, talvez (prefiro pensar) a perfídia de Ciano. Mas o mundo, nessa altura, era cão e a Itália não queria ser mordida outra vez. A propósito do Negus se desenvolveu o debate de Evola e de Pavolini sobre o conceito de "raça", com Evola a desprezar sumamente o racismo. Como sabe, os fascii organizavam-se em ras (rassismo) sob um modelo etiópico que tinham aprendido com os ascari, na guerra de 1911 na Líbia. Acho, apesar de tudo Pinochet, pela sua educação e civilização, em certo aspecto, mais responsável que um facínora grosseiro como Mengistu e isto nada tem de racismo. Continuo a pensar, se bem que não me considere ainda livre dessa tentação, que o arquétipo político perde a legitimidade quando passa ao genocídio, seja qual for o género vitimado.

    André

     
  • At 6:32 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro André:
    O Duce foi vítima de duas coisas: o excesso demográfico da Itália de então e o facto de a Eriteia ser colónia italiana. Há muito que os governos de Roma estudavam essa via de escape, mas o único que calculou ter poder suficiente para isso foi ele. Não foi como previsto, já se sabe. A guerra arrastou-se e diminuiu-o.
    Não sabia das origens abissínias da organização do primeiro Fascismo. Grato por ma revelar. E inteiramente de acordo quanto ao Negus.
    Já no que respeita a Pinochet, apenas perseguiu opositores que lhe queria destruir o regime, o que me parece muito diferente, quantitativa mas também qualitativamente, de matar populações inteiras à fome, horror que se encotra ainda para além do totalitarismo.
    Abraço.

     

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