O Crime Compensa?
Este optimismo que emana da chamada cimeira de Hanói, segundo nos conta o Luís Naves, é um embaraço para qualquer observador atento. Em troca de nada, quer dizer, da volta à mesa das negociações, sem compromisso de desmantelar ou renunciar a coisa alguma, sob a seráfica designação de incentivos, o Polícia do Mundo, que está numa maré de não entrar mais em bairros complicados, prepara-se para reconhecer como qualquer outro um regime - o da Coreia do Norte - que é o contrário de qualquer outro, namedida não só da encenação circense do poder, mas, muito pior da depuração em massa pela fome de parte da população. É dar demasiado para, provavelmente, nada receber. E se a Coreia do Sul instiga a tão pouco, por querer estender a influência económica a uma população que, no íntimo considera também sua, num País a unificar, gostava de saber o que vai na mente dos Governantes do Japão...
5 Comments:
At 2:06 PM, Capitão-Mor said…
Creio que a Coreia do Sul e Japão apenas vislumbram um mercado de uns poucos mais de milhões de consumidores...Infelizmente o mundo capitalista não se compadece de muitas preocupações solidárias e humanas.
At 7:05 PM, Anonymous said…
"Creio que a Coreia do Sul e Japão apenas vislumbram um mercado de uns poucos mais de milhões de consumidores."
É verdade que o mundo capitalista não se compadece de muitas preocupações solidárias e humanas. Mas creio que o motivo é precisamente o oposto: Coreia do Sul (e Japão?) sabem o monstruoso esforço económico levado a cabo pela Deutsche Bundesrepublik no sentido de fazer progredir a recém-absorvida metade, e provavelmente temem, dadas as proporções, uma tarefa absolutamente ciclópica...
At 7:21 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Capitão-Mor:
Claro que a questão de consumidores acrescidos para a produção de países tão industrializados é incontornável. Mas, tanto quanto me chega, ali o problema das fronteiras e da segurança e paz internacionais é mais sentido do que na Europa, por exemplo, talvez por não haver uma confiança tão excessiva de que o conforto durará para sempre, haja o que houver.
Meu Caro Espadachim:
Claro que nada se fará sem a China, que é a única que pode ter pretensões a mandar no Sr. Kim. A questão está em saber se Pequim tem uma noção tão acabada do que Pyongyang deve fazer, como Japoneses e Coreanos, que sentem o látego nos costados.
Meu Caro Miguel:
Evidentemente que o esforço de integração seria monstruoso. Não sei é se na Ásia haverá o sentido da obrigatoriedade de dar uma vida equivalente em prosperidade aos naturais da metade a integrar.
At 11:56 AM, Anonymous said…
Talvez o apetite voraz do egoísmo capitalista o permita, dados os milhões de consumidores que esperam...
At 7:28 PM, Paulo Cunha Porto said…
Mas quando terão eles capacidade aquisitiva, Caríssimo Miguel?
Abraço.
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