O Contrário da Ausência
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Como sempre, num 20 de Novembro, o Pedro Guedes não falha. E dá-nos a evocação completa do Ausente que forçadamente foi no Espaço do Campo Nacional, tornando-se eternamente presente no Tempo. Ao contrário de outros leaders Nacionais-Revolucionários, não veio das reivindicações bélicas ou laborais, nem dos arroubos místicos que se podiam encontrar na romena Legião de S. Miguel Arcanjo, por exemplo. Era um aristocrata, e um intelectual e talvez a sua maior tragédia tenha sido querer fazer entroncar a Poesia na política. Entrado nesta para defender a Memória Sagrada do Pai, viria a deixar-se embarcar no sonho de uma comunhão patriótica, telúrica e operária que substituísse às elites fáceis e sem esforço, dos nascimentos, a de uma ética de um parafascismo cristianizado e temperado. A Falange foi obra de poetas, que José António também foi, de aviadores e sindicalistas e nessa amálgama estava condenada a perder-se. O seu Chefe era Homem dotadíssimo, não sei até que ponto aproveitável pelas Instituições, que esterilizaram os seus companheiros sobrevivos. Pessoalmente sinto a grande pena de que se tenha deixado levar pelo coração, contra os próprios começos, na Acción Española, onde com Quintanar, Maeztu e Outros se procurava salvar a Espanha pela razão. Mas foi esse sangue quente, o contrário do dos répteis, que, adicionado ao previsível martírio que O findou, Lhe deu a perenidade, a acrescer à aura do seu encanto pessoal e disponibilidade lutadora. E, ao contrário do que disse há pouco tempo o Jansenista, julgo que o regime que salvou a Sua Pátria não O honrou por cinismo, mas por puro reconhecimento da Grandeza e Sacrifício, para além das questiúnculas pessoais.
Manuel Machado também O celebrou:
José Antonio, maestro. ¿En qué lucero,
en qué sol, en qué estrella peregrina
montas la guardia? Cuando a la divina
bóveda miro, tu respuesta espero.
Toda belleza fue tú vida clara.
Sublime entendimiento, ánimo fuerte,
y en pleno ardor triunfal, temprana muerte
Porque la juventud no te faltara.
Háblanos tu... de tu perfecta gloria.
Hoy nos enturbia la lección, el llanto;
más ya el sagrado nimbo te acompaña,
y, en la portada de su nueva historia,
la Patria inscribe ya tu nombre santo...
JOSE ANTONIO PRIMO DE RIVERA
Como sempre, num 20 de Novembro, o Pedro Guedes não falha. E dá-nos a evocação completa do Ausente que forçadamente foi no Espaço do Campo Nacional, tornando-se eternamente presente no Tempo. Ao contrário de outros leaders Nacionais-Revolucionários, não veio das reivindicações bélicas ou laborais, nem dos arroubos místicos que se podiam encontrar na romena Legião de S. Miguel Arcanjo, por exemplo. Era um aristocrata, e um intelectual e talvez a sua maior tragédia tenha sido querer fazer entroncar a Poesia na política. Entrado nesta para defender a Memória Sagrada do Pai, viria a deixar-se embarcar no sonho de uma comunhão patriótica, telúrica e operária que substituísse às elites fáceis e sem esforço, dos nascimentos, a de uma ética de um parafascismo cristianizado e temperado. A Falange foi obra de poetas, que José António também foi, de aviadores e sindicalistas e nessa amálgama estava condenada a perder-se. O seu Chefe era Homem dotadíssimo, não sei até que ponto aproveitável pelas Instituições, que esterilizaram os seus companheiros sobrevivos. Pessoalmente sinto a grande pena de que se tenha deixado levar pelo coração, contra os próprios começos, na Acción Española, onde com Quintanar, Maeztu e Outros se procurava salvar a Espanha pela razão. Mas foi esse sangue quente, o contrário do dos répteis, que, adicionado ao previsível martírio que O findou, Lhe deu a perenidade, a acrescer à aura do seu encanto pessoal e disponibilidade lutadora. E, ao contrário do que disse há pouco tempo o Jansenista, julgo que o regime que salvou a Sua Pátria não O honrou por cinismo, mas por puro reconhecimento da Grandeza e Sacrifício, para além das questiúnculas pessoais.
Manuel Machado também O celebrou:
José Antonio, maestro. ¿En qué lucero,
en qué sol, en qué estrella peregrina
montas la guardia? Cuando a la divina
bóveda miro, tu respuesta espero.
Toda belleza fue tú vida clara.
Sublime entendimiento, ánimo fuerte,
y en pleno ardor triunfal, temprana muerte
Porque la juventud no te faltara.
Háblanos tu... de tu perfecta gloria.
Hoy nos enturbia la lección, el llanto;
más ya el sagrado nimbo te acompaña,
y, en la portada de su nueva historia,
la Patria inscribe ya tu nombre santo...
JOSE ANTONIO PRIMO DE RIVERA
16 Comments:
At 1:43 PM, �ltimo reduto said…
Presente! Assim sim, meu caro Paulo, que José Antonio fica melhor lembrado por ti, posto que tens muito mais talento do que eu.
E então daqui por dez dias, se me não falha a memória, lembrarei Codreanu e a sua Legião de S. Miguel Arcanjo - que também é gente muito cá de casa... ;)
Abraço.
At 3:33 PM, Jansenista said…
Não esqueça as provas, Caro Misantropo, não esqueça as provas... Esquecê-las será conveniente para os franquistas, mas é tremendamente injusto para a memória de José António (eu quase diria, é um segundo abandono). Ainda havemos de voltar ao tema.
At 3:36 PM, Jansenista said…
E sobre os romenos, sabe que, muitas décadas depois, eles ainda tinham protagonismo, e às vezes violento... em Chicago? É verdade, na comunidade romjena em Chicago! Isso dá uma dúzia de posts, só por si!
At 7:46 PM, Anonymous said…
Los mejores murieron jóvenes: Antonio Sardinha, José Antonio......Por cierto, Saraiva (José Antonio)....¿En honor del protomártir?
At 8:10 PM, nonas said…
Gostava de saber que protagonismo violento em Chicago ou noutra parte dos EUA teve a comunidade romena. Já agora, como ficou a pairar no ar, se eventuais membros da Guarda de Ferro tiveram esse protagonismo. E se existem provas factuais irrefutáveis?
At 8:43 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Pedro:
Mais taleento???!!! Só por brincadeira, não? Foste e continuas a ser um dos meus Mestres.
Provas de quê, Caro Jansenista?
Não temos divergência quanto aos factos. J.A. e franco não gostavam um do outro, até por uma questão antiga com um tio do Chefe da Falange, creio que o mesmo que suscitou a refrega com Queipo. O Meu Querido Amigo diz que as honras prestadas durante o franqismo foram «cinismo»,eu vejo-as como a grandeza do reconhecimento da dívida, passando por cima das aversões pessoais. É tudo.
Os romenos só foram chamados ao "post" para deixar clara a diferença da via joseantoniana. Mas jáestou como o Nonas: não sabia que tinham sobrevivido tantos Guardas de Ferro e abalado todos para o Illinois! Olhe, um foi o Mircea Eliade, recorda-Se?
Meu Caro Çamorano:
Sem dúvida, lembro a melancolia com que ao chegar aos 33 anos pensei a idade de tantas mortes Ilustres e precoces: Jesus, Alexandre, José António... Sardinha só durou mais três anos mal contados.
Uuuum, não tenho essa indicação e surpreender-me-ia muito, dada a ideologia do Pai, à época.
Meu Caro Nonas:
Também fui apanhado de surpresa. Aguardemos mais pormenores do Jansenista.
Abraços a Todos.
At 10:21 PM, Jansenista said…
O artigo é de Ted Anton, "The Killing of Professor Culianu. Chronicle of a Death Foretold", publicado em Setembro de 1992 no Lingua Franca, republicado a pp. 217-230 de Quick Studies (Alexander Star, org.). Envolve a Guarda de Ferro, claro. Quando tiver mais vagar, dou conta da história (interessantíssima) lá no Ashram.
At 10:23 PM, Jansenista said…
Afinal, descobri-o na net:
http://linguafranca.mirror.theinfo.org/9209/culianu.html
Enjoy!
At 10:33 PM, Jansenista said…
E as provas: as Memórias de Serrano Suñer...
At 10:39 PM, Paulo Cunha Porto said…
Isso não é prova, Caro Jans é um juízo de cocunhados algo desavindos. Como Lhe disse, os factos não eram disputados. Savo num ponto: o rumor da castração circulou or toda a zona Nacional antes de chegar a Franco, tendo, ao que parece, tido origem nos simpatizantes sob o domínio "rojo".
Obrigado pelo dado romeno.
Abraço.
At 11:20 PM, Jansenista said…
Vá lá, vá lá, agora S. Suñer vai pela borda fora, não serve de prova de factos que só ele e Franco presenciaram? Assim nunca é possível provar nada!
Já leu a história dos romenos em Chicago? Fantástica, não é? Lamento se fere algum mito quanto à Guarda de Ferro; pelas observações precedentes, fiquei com a impressão de que estavam convictos de que ela tinha sido dizimada completamente - mais um mito de guerra que se desfaz...
Salvo erro, há mesmo um livro de Ted Anton em desenvolvimento do artigo, ainda hei-de encomendá-lo, para ler quando tiver mais vagar. Aprender até morrer!
At 2:29 AM, �ltimo reduto said…
Eis como, partindo de José Antonio, se chega à ficção científica.
At 8:58 AM, Jansenista said…
E ao obscurantismo.
At 10:34 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Jansenista:
Conforme já disse, os factos que constam das memórias de SSuñer não são contestados. Os dois Homens referiram-se um ao outro com hostilidade, publicamente e várias vezes. Onde o Meu Amigo e o memorialista vêem aproveitamento cínico vejo eu a grandeza do reconheciento da excepcionalidade do Mérito, mesmo passando por cima de incompreensões pessoais. E isto, no que me toca, mas também ao "Cunhadíssimo", é interpretação, não é facto.
Não devemos cair na mitificação do «Bom José António contra o Mau Franco». Eram Homens, com qualidades e misérias, mas foram ambos essenciais ao triunfo da Justiça sobre o horror e terror vermelhos.
Quanto aos romenos, ´foram incidentalmente referidos, como baliza demarcadora do caminho que J.A. escolheu. Desconhecia esse facto, que, sendo de lamentar, integra um tipo de eventos que tende a acontecer entre comunidades exiladas,ou, vá lá,imigradas. Mas da forma como o Caríssimo Jans tinha redigido o comentário, chegara a pensar que fosse uma generalização mafiosa. E claro que não acreditava que TODOS os Guardas de Ferro tivessem sido mortos. Mas é inegável que a maioria esmagadora dos seus dirigentes e quadros foi sacrificada por um governo que até está mais próximo de mim nos fundamentos de fidelidade a um Rei, mesmo que não ajude, mas cujos meios de actuação neste triste caso sou obrigado a condenar.
Abraço.
At 10:48 AM, Jansenista said…
Já vai longa a fileira de comentários, mas só queria acrescentar que não estava no meu espírito contrapôr o «Bom José António contra o Mau Franco». No Ashram disse logo que os admirava a ambos, cada um à sua maneira - e compreendo bem que, no ardor da batalha e assistindo às atrocidades cometidas pelos rojos, Franco se impacientasse com ideias de conciliação, que lhe chegavam, distorcidas decerto, atribuídas a José António. Apenas acho que não vale a pena branquear, como depois o fez o franquismo, com os túmulos no Vale dos Caídos e até, diz-se, com a escolha clínica do segundo 20 de Novembro.
Quanto à insinuação de que os romenos de Illinois seriam uns mafiosos, sinceramente não a fiz porque não tenho elementos nem para a apoiar nem para a desmentir. Mas olhando para as gerações, parece-me evidente que, a menos que os homens de mão fossem septuagenérios e octogenários, tinham que ser descendentes a invocarem o nome de Guarda de Ferro (talvez para intimidarem a comunidade).
Cumprimentos!
At 7:35 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Jansenista:
Se escolhaclínica houve do segundo 20/11, não se pode imputá-la ao Franquismo, mas à comissão liquidatáriado mesmo.
E deixe-me clarificar esta prosa ambígua, opaca, escura e com chama apenas para me queimar que é a minha: não quis dizer que o Meu Ilustríssimo Amigo tivesse afirmado a essência mafiosa dos imigrados dos Cárpatos na "Terra de Lincoln". Eu, timorato e desconfiado que sou,na minha assombrosa insegurança, é que receei que do Comentário do Admirador de Pascal tal decorresse.
Não se zangue e fique lá com um abraço para dar o calor do afecto a esses cumprimentos, bem como do que sinto... cumprimento.
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