Da Macabra Comunhão
A I.
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No Dia em Memória das Vítimas da Estrada quero deixar a nota da hostilidade que já me conheceis à idolatria do conforto, velocidade e mobilidade que traz ao quotidiano a monstruosidade de aço vidro e plástico que deveria ser excepcional. Ao fazer prolongar para a viatura a sua própria pessoa, o Homem abdica duma parcela do seu Ser, transformando-se num híbrido e só recuperando a humanidade quando a tragédia que a sua vaidade e pressa geraram retribui com um novo conteúdo trágico - o da perda ou diminuição Dos que foram Queridos e por esse meio permanecem de mais intensa e amarga forma do que a que emergiria de um fim tido por mais natural. Para que esse terrível aide-memoire na pungência da recordação de Alguns dos Nossos Mortos nos torne melhores,
De O. C. Blondey:
The blood drips.
A victim of a fatal accident.
Her skin rips.
The cuts are quick and painful.
Lined up like prison bars.
Glass was the weapon of choice.
Now they will leave many scars.
The victim of the accident was me.
And I was the one who caused it.
I understood everyone's pain.
There was nothing I ever gained.
I was alone and left out.
Sometimes I would pout.
Can you blame me I was sad.
And yes the choice was bad,
But I paid for my mistakes.
Now my heart breaks.
To see others do the same thing I did.
Over and over as I am still a kid.
Who used to be a cutter.
Who would slice her skin like butter.
With anything she could find.
I truely had lost my mind.
A imagem é «Acidente», de Rebecca Lesiak.
6 Comments:
At 12:00 PM, Anonymous said…
Magnífica reflexão Paulo; é uma guerra sem quartel o que para aí vai.
Cumpts.
At 12:15 PM, Paulo Cunha Porto said…
Obrigado, Caro Bic Laranja. Na verdade, parece bem, pelos números, um conflito de massas, sem honra ou glória.
Abraço.
At 7:10 PM, Anonymous said…
Inquietante conducción " a la griega".......
At 8:54 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Çamorano:
Não se poderia arranjar descrição do pior mais exacta do que "à portuguesa".
Abraço.
At 11:56 AM, Anonymous said…
Paulo,
Homenagem a este seu epitafio permanente. Eu, que, guiei demasiados Km., pagava para que as pessoas arranjassem um novo meio de transporte em direccaao a si mesmas. Saio sempre de um carro, menos do que era antes.
Andre
At 8:49 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro André:
É uma velha luta minha, mas creio que condenada à derrota, tamanhas são as necessidades que a vida moderna impóe e ainda mais as que as Pessoas se imaginam.
Adorei a expressão «epitáfio permanente». É isso mesmo.
Abraço.
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