O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Monday, November 13, 2006

Enfiar a Carapuça

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Nunca tinha falado aqui na pressão dos governos para que o preservativo seja usado. Pois vai ser hoje, aproveitando a boleia dos rios de dinheiro que o Governo Britânico tenciona investir com essa finalidade, apesar de outros oceanos dele, dispendidos em anos anteriores, não terem conseguido evitar o aumento dos números das doenças sexualmente transmitidas. Não me passa pela cabeça pôr em causa as intenções, que serão as melhores. Tenho de duvidar é da eficácia delas entre os Jovens. A prescrição minuciosa de comportamentos na esfera íntima é sempre meio caminho andado para suscitar a sua inobservância, com a rebeldia juvenil encarando essa desobediência como "libertação". E, mesmo entre aqueles que se predisponham a acatar, grande parte desse conformismo só durará até ao momento em que experimentem "sem". Já se sabe que os especialistas apregoam que a diferença na sensibilidade é praticamente imperceptível para o Homem; mas o que não contabilizam é a ampliação psicológica desse diferencial, com as inibições que sentir-se ensacado pode trazer em idades tão curtas. Além de que a propensão para considerar excepcional um momento ou um sujeito também fará das suas.
Em estratos etários mais avançados o problema tem contornos diferentes. O principal inimigo deste ditame será gerado pela aversão a modificar hábitos. Mas a luta será mais equilibrada, pela mais presente contabilização do que se tem a perder.

3 Comments:

  • At 4:27 PM, Anonymous Anonymous said…

    Querido Paulo
    Aprendi com os meus filhos, que, quanto ao preservativo, não era tanto uma questão de "libertação", mas sim alguma incapacidade para acreditarem que as suas "amigas" possam sofrer de alguma doença sexualmente transmissível.
    Foi difícil convencê-los que os anteriores parceiros poderiam com anteriores parceiras....
    Foi complicado.
    Beijinho

     
  • At 7:57 PM, Anonymous Anonymous said…

    lembro-me de um post da mfba sobre "aquela conversa" de pais para filhos e penso que aí está o arranque para tudo. o preservativo, a gravidez indesejada, as DST, podem ser tratadas de "tu cá, tu lá" entre os jovens. ah! sou a favor da educação sexual na escola, pois penso que a mensagem tem que ser transversal e obviamente em consonância com encarregados de educação, escola, e centros de saude.

     
  • At 8:26 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Mas claro que, à partida, a confiança na contraparte, Querida MFBA, seria o ide4al. O problema é que os juízos dos adolescentes e lá próximos se estribam, frequentemente, num optimismo extremado...

    Querida Teresa:
    Não acredito que, nos moldes em que se prepara, a educação sexual melhore alguma coisa nesta vertente, justamente pelo carácter excepcional que cada indivíduo se confere nessa idade.
    Devo dizer que fiz parte da minha escolariedade, os cinco primeiros anos pós-primários, num colégio Salesiano e que tive lá aulas de educação sexual mais competentemente dadas do que o que se vê das que o ensino público prepara. Duvido de que tenham influído nas opções de um só dos alunos quanto ao capuz de latex.
    Beijinhos a Ambas.

     

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