O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Saturday, November 11, 2006

Para Além do Magusto

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No Dia do Grande São Martinho, gostava de lembrar que se a Sua célebre renúncia à espada tivesse ocorrido mais cedo, não teria tido com que cortar o capote que dividiu, cena aqui pintada por Van Dyck. Mas também de me mostrar contrito por uma Sociedade que não hesita em abster-se de socorrer o Próximo, com a desculpa, expressa ou não, de não ser Aquele Mendigo. Como se o Retratado o soubesse, ou antes ignorasse que, para o Efeito, todos O são.

8 Comments:

  • At 8:06 PM, Anonymous Anonymous said…

    Já agora, por falar em carentes, S. Martinho que se lembre da piquena lá de baixo... Qualquer trapito compunha...

     
  • At 8:22 PM, Anonymous Anonymous said…

    Meu Deus! e quem acode à pobreza de espírito que pos aí grassa?

     
  • At 8:37 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Je Maintiendrai:
    Temos no entanto de ter em conta que não há notícia de ela Lho ter pedido...

    Anónimo:
    Grassa nuns sítios, grossa noutros, hihihihi.

     
  • At 12:04 AM, Anonymous Anonymous said…

    O quadro de facto é uma sátira contra Martinho. Então dá ao pobreta metade de um manto rasgado e nem sequer desmonta do cavalo, para o cortar como deve ser?
    O pintor, não era néscio, sabia de fisionomias. O arrogante Martinho, além de ficar com metade do manto, continua excelentemente vestido.
    Uma migalha aos cães, e sobe a todo o vapor a aura, o halo, a kundalini e consuma~se a unio mystica com Christos? Sai barata a santidade.
    Toma lá cão metade da minha T shirt.

    Recém-aurado e obrigado pela pintura, que me tirou vontade de beber o resto da água pé, hoje dia de Santa Bebiana.

     
  • At 8:57 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Pois, Salvador Pires, é o mesmo raciocínio do frustrado Álvaro Cunhal, que, inquirido por Judite de Sousa sobre se a política social do Cavaquismo teria sido a influência primordial das maiorias absolutas, também se saiu com essa de «que é uma pena que as pessoas se contentem com migalhas».
    Arrogância pura de quem nunca se viu em extremos de carência e não sabe o bem que essas migalhas fazem! Aliás, sabe Quem apareceu depois ao grande Santo envolvido no meio capote de que abdicara, não sabe?
    Razão excelente para voltar para a água-pé.

     
  • At 4:59 PM, Anonymous Anonymous said…

    Calma, Paulo Cunha Porto. A minha T-shirt rasgada nâo era atirada contra si. Era um pequeno baloon na boca do Santo que tanto preza, e eu também, embora por razões diversas das suas.
    Quanto ao resto não presuma, já me vi em extremos de carência, já andei a cavalo também. Estive do lado do santo e do recebente. Concordo que se indigne com o Cavaco das migalhas e com o não menos Cunhal das ditas. Nâo me ofende a comparatio, se bem que seja irónica dado o que penso de um e de outro. Mas, hélâs!, sempre há pontos em que coincidimos, mesmo com os odiados de estimação.
    Todos se embrulham com o manto da Indignatio, de resto, que é a razão suficiente, normal e natural de quem a não tem muita.
    Quanto ao pequeno koan que me propôe eu pergunto~lhe: Quem pôs a aura no São Martinho?
    Tem a certeza que foi este pintor?

    E se não despreza, como parece a migalha, porque essa raiva contra a água-pé que é uma migalha do vinho.
    E como o "Quem" que cita que tal se eu beber mais um copito â sua e Dele. Talvez num dia das suas carências me veja a cavalo numa scooter, com um pacote de migalhas.

    Saúde!

     
  • At 8:39 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    A Carência ao ponto de pedir sem Esperança? Salvador Pires, o pelouro do Pintor não seria conferir o Halo, mas parece-me que a sofreguidão do Mendigo ao apropriar-se do capote é não pequeno reconhecimento dele...

     
  • At 9:18 PM, Anonymous Anonymous said…

    Caro Paulo a caminho de Damasco,

    Eu disse extrema. Inclui o desespero kiergaardiano se quiser, que é mais forte, porque vem de um crente. De facto o mendigo agarra~se com unhas e dentes ao meio manto, é um desesperado. Já fui assim. Em Portugal. Mas não houve nenhum S.Martinho e muito menos um Van Dick na altura. Eu tal como o pobreta também sei o que é comer nem sequer o pão que o diabo amassou, mas as migalhas. Diga~se que também conheci os extremos opíparos e fui um dos muito fils famille da Europa. Estou credenciado para conhecer o leque da vida inteira, desde a sarjeta ao trono.

    A Aura de S.Martinho é um privilégio de quem lhe arranca o resto do manto. A violência abre as portas do céu. Um santo desmantado não fica desmantelado, passe o jogo de palavras. Van Dick noutro quadro, com o mendigo ja menos inteiriçado de frio, mostra-nos o mendigo a puxar pelo resto do manto.

    Santos a sério jogam em osmose pura de puro reconhecimento, Nâo será o pobre uma das muitas figuras daquele Quem?
    Martinho e eu damo-nos bem. Posso até emprestar-lhe a minha scooter, e ele emprestar-me a bençâo celeste.

    Dead can dance, indeed.

     

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