Afinação do Ouro
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Dizem desta «Praia», de Paul Nash, que integra elementos alquímicos, pelo destaque purificador que uma fonte sugere, subalternizando aquilo que em bruto seria esperável encontrar-se em tal lugar, o líquido corrompido pelo sal que não aconselhasse bebê-lo. Pensando bastante no caso surgiu-me a cogitação sobre a possibilidade de se ver nela uma alegoria das Palavras, o filtro que torna cada um potável aos Outros. Nesse sentido se compreenderia o desespero daqueles que desistem de as proferir: não teriam tanto perdido a fé nos demais, mas antes em si próprios e na capacidade verbal que levasse outrem a engoli-los. Não trataria assim a imagem de Alquimia, mas meramente de química - a que gera os vários graus da atracção. E que altera a realidade, da qual Conrad reafirmou serem as palavras inimigas. Ao que convém contrapor a famosa prevenção eliotiana, segundo a qual a Espécie não a suporta em demasia.
Dizem desta «Praia», de Paul Nash, que integra elementos alquímicos, pelo destaque purificador que uma fonte sugere, subalternizando aquilo que em bruto seria esperável encontrar-se em tal lugar, o líquido corrompido pelo sal que não aconselhasse bebê-lo. Pensando bastante no caso surgiu-me a cogitação sobre a possibilidade de se ver nela uma alegoria das Palavras, o filtro que torna cada um potável aos Outros. Nesse sentido se compreenderia o desespero daqueles que desistem de as proferir: não teriam tanto perdido a fé nos demais, mas antes em si próprios e na capacidade verbal que levasse outrem a engoli-los. Não trataria assim a imagem de Alquimia, mas meramente de química - a que gera os vários graus da atracção. E que altera a realidade, da qual Conrad reafirmou serem as palavras inimigas. Ao que convém contrapor a famosa prevenção eliotiana, segundo a qual a Espécie não a suporta em demasia.
1 Comments:
At 8:37 PM, Paulo Cunha Porto said…
Talvez a plena aceitação pelo Outro passar pela direcção do discurso pelo Caminho de Deus, Caro Espadachim?
Nos esoterismos não me meto.
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