Reflexões Sobre a Data

Nunca nos devemos precipitar nas condenações. Passeando-me hoje, 25 de Outubro, pela Baixa Lisboeta, fiquei indisposto, ao ver serem colocadas as primeiras luzes natalícias. 25-25, dois meses certinhos, mais o bónus até aos Reis. Qualquer dia começam a instalá-las a 25 de Janeiro, ou quem sabe, instaurarão um regime de non stop. Mas depois de sentenciada a Câmara, chego a casa. Vou ao Ashram do Jansenista, que é das primeiras coisas que se deve fazer. E dou com uma deleitosa homenagem, incorporando uma Priminha, com quem tanto gostava de brincar aos médicos, procedendo também aos arranjos da Quadra que se avizinha. Revi completamente a minha posição e prometo não voltar a condenar uma prática sem procurar esgotar as boas razões que a justifiquem.
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Não quereria deixar de referir Picasso, no dia em que se festejaria. Com as aventuras dos plágios na vida intelectual portuguesa, quase apeteceria citar a famosa frase dele «se houver alguma coisa para roubar, eu roubo». Porém, a jansenistiana Miss Simpson deixou-me em maré diferente. Rodei os 180 graus da ordem e orientei-me antes para outra estatuição famosa, aquela segundo a qual «a Arte não pode ser casta; e quando é casta não é arte». E senti a imperiosa necessidade de publicar a sua «Mulher em Verde», afinal a cor em que quase todos As gostamos de ver.