Praga de Plágios
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Saio para comprar o pão matinal e sou surpreendido pela capa de um jornal sensacionalista que atribuiria a Miguel Sousa Tavares a intenção de resolver «nos tribunais e à paulada» as acusações que na net lhe fizeram de decalcar passagens de «FREEDOM AT MIDNIGHT/ESTA NOITE A LIBERDADE» no seu «EQUADOR». Embora tenha lido, há muitos anos, a obra de Lapierre e Collins, devo ser o único português minimamente alfabetizado que ainda não devorou a obra de MST, pelo que não posso ajuizar. E nestes casos de incorporação do alheio tenho bem presentes lições como a do autor francês que Borges imortalizou como autêntico Autor do Quixote, contudo cervantizado três séculos antes, bem como a «cleptocracia literária» atribuída a Coleridge, a quem se desculpava, por ser tão costumeiro em pensar seu o que outros tinham escrito, como em atribuir aos demais pensamentos da sua lavra.
Sobre um eventual double standard de condenação e auto-absolvição já escreveu, como ninguém, o Jansenista. Quero apenas referir a sensação de incompatibilidade entre as duas formas de solução do problema que, alegadamente, o redactor equatorial propõe. A menos que o recurso às instâncias judiciais seja para julgar as ofensas corporais traduzidas nas cacetadas aplicadas... o que nos leva a um plágio de estilo. Do Sr. Avelino Ferreira Torres, entre outros.
Saio para comprar o pão matinal e sou surpreendido pela capa de um jornal sensacionalista que atribuiria a Miguel Sousa Tavares a intenção de resolver «nos tribunais e à paulada» as acusações que na net lhe fizeram de decalcar passagens de «FREEDOM AT MIDNIGHT/ESTA NOITE A LIBERDADE» no seu «EQUADOR». Embora tenha lido, há muitos anos, a obra de Lapierre e Collins, devo ser o único português minimamente alfabetizado que ainda não devorou a obra de MST, pelo que não posso ajuizar. E nestes casos de incorporação do alheio tenho bem presentes lições como a do autor francês que Borges imortalizou como autêntico Autor do Quixote, contudo cervantizado três séculos antes, bem como a «cleptocracia literária» atribuída a Coleridge, a quem se desculpava, por ser tão costumeiro em pensar seu o que outros tinham escrito, como em atribuir aos demais pensamentos da sua lavra.
Sobre um eventual double standard de condenação e auto-absolvição já escreveu, como ninguém, o Jansenista. Quero apenas referir a sensação de incompatibilidade entre as duas formas de solução do problema que, alegadamente, o redactor equatorial propõe. A menos que o recurso às instâncias judiciais seja para julgar as ofensas corporais traduzidas nas cacetadas aplicadas... o que nos leva a um plágio de estilo. Do Sr. Avelino Ferreira Torres, entre outros.
18 Comments:
At 11:44 AM, Viajante said…
Sorrio do estilo da entrada.
E deixo pégada apenas para dizer que «vão dois», «minimamente alfabetizados»... risos e votos de um dia bom.
At 12:08 PM, Jansenista said…
Ainda me custa a crer, mas as provas, a serem aquelas, não deixam margem...
At 1:30 PM, Anonymous said…
Já "vão três".Não, que não tivesse tentado, mas seja de quem fôr o estilo, não gostei.
Será que as provas são aquelas?
Beijinho.
At 4:41 PM, Anonymous said…
Mon Cher Mis-en-Trop,
Moi non plus: eu também não li a obra de Monsieur de Saint-Tropez (MST).
Tá bem k nã sou minima/ alfavetisado, mas a verdd é k nã li.
Port-Royal
At 4:48 PM, Anonymous said…
...e "vão seis", "minimamente alfabetizados" e ajuizados tb!
MI
At 4:55 PM, Anonymous said…
E vão seis passantes que não deitaram olho à badalada obra. Olhe, Caro Paulo, só para dizer que essa "de pensar seu o que é dos outros" fez-me lembrar, de imediato, o fisco que ora nos atormenta e cujos atropelos não vejo como resolvê-los à paulada e, muito menos, nos tribunais!
At 5:30 PM, JNAS said…
...e vão 7 !!! ( Contudo assumo o preconceito de dar preferência à Literatura Anglo-Saxónica...com a monumental excepção do Jorge Luís Borges...seja como for não se falava aqui de Literatura, pois não ? )
JNAS
At 6:54 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Viajante:
Era um início que até sugeria haver quotidino extra-bloguístico, não? E o resto do dia, devo dizê-lo, reiterou-me muito tal sugestão, embora tudo haja corrido a contento. Pensarei em oferecer-Vos a presidência do clube que estamos, espontaneamente, a formar.
Meu Caro Jansenista:
Realmente esperava-se mais.. ou não se esperava tanto, conforme a perspectiva. A similitude parece impressionante, o que me leva a meditar na velha questão da possibilidade de ocorrer a duas mentes um texto (quase) idêntico...
Querida MFBA:
Eu devo dizer que ainda não encetei essa leitura, não por qualquer preconceito contra o Autor, mas porque outras prioridades se meteram de permeio. E nestes êxitos de vendas gosto de ver passar a vaga da voga: coisa que me irritava era ver, uns meses atrás, uma quantidade de pessoas, no comboio, com o «EQUADOR» debaixo do braço, invariavelmente fechado, qual acessório de "toilette".
Não sei se há outros trechos suspeitos.
Meu Caro Espadachim:
Soma e segue!
Cher Port-Royal:
Não há problema já existe tradução da obra para francês.
Querida MI:
No Teu Caso, como nos Precedentes, dever-se-ia dizer de "Alfabetização Transbordante". Mas tive de arranjar uma expressão que me permitisse incluir-me no grupo...
Caro Anónimo:
Ah o fisco, esse, é que usa os dois meios em favor dele. E como vai buscar maus exemplos - que não os bons - ao estrangeiro, incorre em plágio sem sanção e com infrutífera denúncia.
Hihihihihihihi, Meu Caro João Nuno. Também vou muito para as grandes literaturas europeias em prejuízo de alguns autores contemporâneos e compatriotas, não, julgo, por petulância, mas porque creio que o que está próximo de nós deve ser sujeito a uma mais rigorosa prova do tempo. Se daqui a três anos ainda se falar mo «EQUADOR», prometo lê-lo com atenção acima do normal.
Beijinhos e abraços.
At 7:33 PM, Anonymous said…
Promete lê-lo com atenção "daqui a três anos". Já estou a imaginar o Misantropo a circular entre pilhas e pilhas da mesma "besta célere", pelos alfarrabistas de Lisboa (que hão-de pagar-lhe para que leve o seu exemplar). Depois, no doce lar, refastelado na velha poltrona de coiro, quotidianamente adormecerá com um tareco ao colo e o produto de outro a cair-lhe das mãos.
(Mera Culpa)
p.s.
Também não li a coisa (nem gostei).
At 7:58 PM, Anonymous said…
O Tareco e a Justiça de Fafe
Atiraram
o pau ao ga-to-to,
e o ga-to-to...
... não só não morreu como
pegou no mesmo, e quer varrer tudo à paulada e - repito, E,
notem bem a conjunção
coordenada aditiva (é assim que
se chama, não é?) - tribunais.
Se o Jansenista escavar bem, talvez encontre outrossim algum artigo do mesmo Jornalista-Jurista-Autor-Caceteiro sobre aquele autarca de Viseu, ou aqueloutro da Madeira... tudo isto a propósito de "justiça de Fafe".
Um Desterrado do Ilhéu das Rolas
At 8:27 PM, Paulo Cunha Porto said…
Mera Culpa;
Vou contar-Lhe um segredo:
No outro dia uma vendedora ambulante de guarda-chuvas e quinquilharias tinha também um exemplar equatorial para vender, pelo qual me pediu 2 (dois) euros.
Recusei, por muito caro, talvez à espera desse amanhã que se não canta, assobia.
Meu Caro Desterrado:
Recordo, com efeito, esses condenatórios textos, tecido propício, como se viu, ao tumor da incoerência.
Dizem-me que no Ilhéu das Rolas há agora um excelente estabelecimento hoteleiro.
Abraços a Ambos.
At 9:09 PM, Anonymous said…
Não há onze sem treze.
Eu também não li !
Sônia Acerola
At 9:17 PM, Anonymous said…
Carissimos... se me atrevesse, diria que somos muitos mais que os referendados neste blog! Minimamente alfabetizados, autonomamente pensantes e tudo! Plim! Será que plagiei alguém? Valham-nos as fracas referências de um país que anda de novo à procura do "caminho marítimo para a Índia"!!! Saudações... anónimas...
At 9:53 PM, Paulo Cunha Porto said…
Oi Sônia, já devo algo ao escândalo do plágio: que tenha voltado.
Caro Anónimo, o último "post" de hoje foi também inspirado pela Sua reflexão.
Beijinho e abraço.
At 10:09 PM, Anonymous said…
É preciso ser alfabetizado? O Equador não é só uma linha...? Cumpts.
At 10:22 PM, Paulo Cunha Porto said…
Mas do tamanho do Mundo, Caro Bic Laranja, hihihihi.
Abraço.
At 1:25 AM, Anonymous said…
Eu também não li o livrito. Livra!...
At 5:08 PM, Paulo Cunha Porto said…
Hihihihihi, Caro Eurico, o diminutivo vai mesmo bem com o peso.
Abraço.
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