Mundo de Autómatos

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O ridículo mata, já se sabe. Mas será capaz de levar à falência? Nesse caso temo pelo destino da empresa que, querendo mostrar-se mais politicamente correcta do que a própria norma, proibiu a circulação de cartões de parabéns a serem assinados pelos seus contratados quando um deles fizesse anos, alegando que poderiam conter expressões interpretáveis como discriminação em função da idade, que permitissem processar a firma. Como alternativa, cada aniversariante receberá um anódino cartão dos directores, que, no entanto, encorajam a compra de bolos. Ou seja, numa das poucas ocasiões em que as pessoas tentam ser criativas e agradáveis, ao mesmo tempo, vêem-se reduzidas ao silêncio uniformizador. E, em troca, excita-se o impulso consumista, outra padronização.
Claro que os mais desconfiados dirão que a correcção política desta pérola vai mais longe e visa, com a recomendação da confeitaria, contribuir para ofensiva em curso contra a magreza, sob a capa da luta contra a anorexia...