Espias que Expiam
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Neste dia de 1915 a Enfermeira Edith Cavell era fuzilada, por ter ajudado, na Bélgica onde estava, militares aliados a fugir para a neutral Holanda. A sentença não oferece margem para contestação, por a acção dela infringir o estatuto acordado para os Membros da Cruz Vermelha actuarem. A cosmética romântica que se espalhou, de os soldados do pelotão não terem apontado para ela, sendo morta pela pistola de um oficial não tem outra base do que a recusa de um único soldado, Zammler, a executá-la, sendo, ele sim, morto por um graduado. Mas isso pouco importa. O que interessa era o olhar para além da morte que aquela Mulher já tinha adoptado, reconhecendo a verdade dos factos imputados e a justiça da condenação, mas defendendo uma concepção universalista do Amor que teria informado a sua acção. Comparando com Mata-Hari executada na mesma Guerra, num Outubro dois anos tardio em relação a este, as declarações de uma são o dia onde as de outra são a noite. A dançarina exótica e erótica negou sempre ser espia, dizendo apenas ser muito apaixonada e por amor ter actuado e recebido. Duas concepções do Amor bem diferentes, dois desfechos terrenos iguais.
As imagens: uma só pode aludir ao único tiro de pistola contra a inglesa disparado, o do golpe de misericórdia regulamentar; a outra é do cadáver do que se recusou a ser executor.
Neste dia de 1915 a Enfermeira Edith Cavell era fuzilada, por ter ajudado, na Bélgica onde estava, militares aliados a fugir para a neutral Holanda. A sentença não oferece margem para contestação, por a acção dela infringir o estatuto acordado para os Membros da Cruz Vermelha actuarem. A cosmética romântica que se espalhou, de os soldados do pelotão não terem apontado para ela, sendo morta pela pistola de um oficial não tem outra base do que a recusa de um único soldado, Zammler, a executá-la, sendo, ele sim, morto por um graduado. Mas isso pouco importa. O que interessa era o olhar para além da morte que aquela Mulher já tinha adoptado, reconhecendo a verdade dos factos imputados e a justiça da condenação, mas defendendo uma concepção universalista do Amor que teria informado a sua acção. Comparando com Mata-Hari executada na mesma Guerra, num Outubro dois anos tardio em relação a este, as declarações de uma são o dia onde as de outra são a noite. A dançarina exótica e erótica negou sempre ser espia, dizendo apenas ser muito apaixonada e por amor ter actuado e recebido. Duas concepções do Amor bem diferentes, dois desfechos terrenos iguais.
As imagens: uma só pode aludir ao único tiro de pistola contra a inglesa disparado, o do golpe de misericórdia regulamentar; a outra é do cadáver do que se recusou a ser executor.
2 Comments:
At 10:02 AM, Anonymous said…
Emocionante Personalidade.
Recordação Justa!
Cumprimentos.
At 12:05 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu caro MCJM:
É de facto um Exemplo de superação de egoísmos, comodismos e desresponsabilizações.
Obrigado.
Abraço.
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