Entre Barreiras

Os Nacionalistas Flamengos, segundo os observadores, preparam-se para ter um bom resultado nas autárquicas belgas e é algo que lamento profundamente. Não compro, sem consideração, a ideia de que são uma versão local da Frente Nacional francesa, ou da Aliança Nacional italiana, apesar de algumas cedências descoroçoantes desta. Vejo muito criticamente os ataques que fizeram, no Passado, ao Rei, em cuja Figura a maioria dos Belgas - e muitos Flamengos entre eles - lograraram radicar uma Unidade Nacional recente, recheada de clivagens linguísticas que a poderiam desintegrar. Como não aprecio o materialismo egoísta da propaganda que tenta levar as pessoas a acreditar viver a parte francófona do País à custa da de expressão germânica. Um nacionalismo deve servir para unir, não para dividir, salvo casos de absoluta e permanente aversão, como na Irlanda. E tal não se verifica na Bélgica, até porque o irredentismo que proporia a união à Holanda se acha condenado à partida, pela vontade contrária desta. Um estado autónomo flamengo é que não tem pés nem cabeça e só se justificam as perspectivas eleitorais pela péssima governação do actual primeiro-ministro do País, um político repulsivo, que parece empenhado em disputar aos Srs. Zapatero e Chirac, ou à alma danada do nosso Engenheiro, a medalha de ouro de pior governante de uma Europa em que os maus abundam.