Função e Mistério Verbais
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Na grande impulsividade do Homem para Mais Alto, ou para a Divindade, ou para o redimensionamento de si, tem a ausência de companhia o primordial papel que se vê traído por qualquer fala que não seja a sua própria designação. É conceito que não comporta convívios. Qualquer som emitido é o alívio da seriedade opressiva que leva tempo a construir, mas, de igual forma,
a morte do vero que há em cada qual, pois, prévio aos gestos que contam, vê-se seco do que autêntico tem o sujeito, daqui para diante votado a palrar sem poder guardar a intangibilidade oferecida pela sociabilidade abolida. E no entanto, quando a verbosidade dá lugar ao Verbo, chega-se ao preenchimento extremo da Ordem Suprema, da Qual ser instrumento se torna a consolação que conta.
De José Valle de Figueiredo:
a palavra palavra
a solidão é insólita
sólida e solitária.
A palavra solidão
é a solidão. E a palavra
palavra.
Nada cabe nela
e nada menos a enche
sua plenitude.
A sua graça atinge o cerne
das grandes alturas. Teria sido,
até o instrumento da funda
de David. E sua própria defesa.
A projecção propiciatória
é o gesto necessário. E a sua
companhia. Por isso guardamos
reserva
e só dizemos o que calamos.
Ladeei com «Solidão», de Bruno Vannacci
e
«Breve Consolo da Palavra», de Olga de Lucia
Vicente.
Na grande impulsividade do Homem para Mais Alto, ou para a Divindade, ou para o redimensionamento de si, tem a ausência de companhia o primordial papel que se vê traído por qualquer fala que não seja a sua própria designação. É conceito que não comporta convívios. Qualquer som emitido é o alívio da seriedade opressiva que leva tempo a construir, mas, de igual forma,
a morte do vero que há em cada qual, pois, prévio aos gestos que contam, vê-se seco do que autêntico tem o sujeito, daqui para diante votado a palrar sem poder guardar a intangibilidade oferecida pela sociabilidade abolida. E no entanto, quando a verbosidade dá lugar ao Verbo, chega-se ao preenchimento extremo da Ordem Suprema, da Qual ser instrumento se torna a consolação que conta.
De José Valle de Figueiredo:
a palavra palavra
a solidão é insólita
sólida e solitária.
A palavra solidão
é a solidão. E a palavra
palavra.
Nada cabe nela
e nada menos a enche
sua plenitude.
A sua graça atinge o cerne
das grandes alturas. Teria sido,
até o instrumento da funda
de David. E sua própria defesa.
A projecção propiciatória
é o gesto necessário. E a sua
companhia. Por isso guardamos
reserva
e só dizemos o que calamos.
Ladeei com «Solidão», de Bruno Vannacci
e
«Breve Consolo da Palavra», de Olga de Lucia
Vicente.
2 Comments:
At 2:45 PM, Anonymous said…
Divino, harmonioso:)
At 11:30 AM, Paulo Cunha Porto said…
José Valle de Figueiredo fez belos poemas.
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