A União Fez a Força

.

Veronese pintou a «Alegoria da Batalha de Lepanto» e Chesterton cantou o feito bélico em palavroso poema mas imortal hino à Liberdade do Ocidente. A Batalha de Lepanto, vitória decisiva para proteger dos assaltos turcos a Cristandade foi uma feliz combinação de Grandes Figuras. Nos paralelos históricos a que gosto de me dedicar, sempre me pareceu de natureza similar o orgulho que Cervantes manifestava na sua participação nesse êxito, ocorrido num 7 de Outubro, ao que Ésquilo nutria por ter combatido em Maratona. E no momento em que um Papa que promete ser grande alerta para os perigos que de certos Islões e protestantismos vêm para o Ocidente, cumpre recordar Um Outro que foi Santo: S. Pio V, o mais próximo de um Franciscanismo lato que o Trono de S. Pedro conheceu, a par de uma vida dedicada ao alívio de pobres e doentes e à verdadeira fraternidade para com eles, foi, igualmente, o incansável incentivador da complexa aliança entre os poderes rivais de Espanha e Veneza contra a ameaça infiel. Lição para os que à frente dos destinos do nosso hemisfério se comprazem em dividir-se, para gáudio das ameaças de fora que lambem os beiços. Bom seria encontrarmos também um Cabo de Guerra como D. João de Áustria, que fez recuar o inimigo da Divindade de Cristo, ora nas revoltas mouras do interior, ora na Pirataria Norte-Africana, uma espécie de terorismo da época, ou no enfrentamento da própria esquadra do Sultão, tida por senhora do Mediterrâneo. Onde pararão hoje os demais homens que saibam, nestes tempos, honrar a acção Daqueles?