Conversa Fiada
Amplamente merecedora do nickname sazonal é a quantidade de escrita que se vai publicando sobre a necessidade de o Governo falar com o Presidente acerca do envio de militares portugueses para o Líbano. Não se percebe que vector estratégico fundamental para o nosso País representaria tal deslocação. E só se compreende a fixação governamental nessa participação militar, ao mesmo tempo que precipita, contra a opinião das chefias, uma retirada da Bósnia, em que as nossas tropas têm desenvolvido uma acção útil, com a vontade de mostrar serviço à comunidade internacional e ganhar para os responsáveis políticos algum prestígio, à custa de uma incompreensível colocação de soldados num terreno que nos é estranho e em que estarão sujeitos aos caprichos de contendores que não cumprem facilmente acordos. O Ministro da Defesa Severiano Teixeira tem editado, enquanto Historiador, um excelente livro sobre as motivações de afirmação, reconhecimento e propaganda que levaram o Governo de Afonso Costa a enviar para a chacina da Flandres um contingente luso. Deveria, na pele de Governante, pensar duas vezes, antes de preconizar a expedição de tropas para um irreversível vespeiro, como o do País dos Cedros.
Percebe-se, por fim, a necessidade de conversas entre PR e P-M: é a esperança de que de tanto palavreado, uma vez mais, resulte o nada. Que, neste caso, é bem-vindo.
7 Comments:
At 1:44 PM, Anonymous said…
Mi total acuerdo con el sensato post- como todos los suyos- del gran Paulo. Portugal no debería meterse bajo ningún concepto en el "avispero libanés",recuerden la experiencia USA de 1983; para "quijotismos" ya contamos con la España de Zapatero que anuncia orgulloso y ufano el envío de un batallón de 800 hombres......Sensatez = Low Profile......!
At 3:07 PM, Anonymous said…
Amigo Paulo: la situación geográfica de Portugal le permite hacer el siguiente juego: a la hora de recibir beneficios, hacer valer su condición de Nación independiente con sus problemas específicos (con doble naturaleza, atlántica o mediterránea, segu´n interese..); a la hora de hacer frente a costosas y onerosas obligaciones internacionales, puede hacer como el camaleón, adoptar el color de España, confundirse con el paisaje y "pasar por una comunidad autónoma española más".......¡Esto último es lo que yo haría con relación al envío de tropas al "avispero"libanés........
At 4:54 PM, Zé Maria said…
Meu caro Paulo:
Mais uma vez de acordo consigo. Eu, que até nem fui "grande fã" do homem, também cá fico à espera das "conversas institucionais", sejam elas mais ou menos institucionais. Mas que se realizem. Para que, como muito bem diz, "uma vez mais, resulte o nada. Que, neste caso, é bem-vindo."
Aquele abraço
At 6:51 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Çamorano:
Creio que os Nossos Dois Países não têm qualquer vantagem em meter-se naquele eterno teatro de guerra, de pacificações ineptas e recorrrentes a cada recrudescimento de ofensivas de um dos lados.
Mas não creio que o que domina a mente do Governo Português seja o "low profile" que tão bem recomenda, nem a sensatez de, dando como consumado o envio de Forças da Nossa Vizinha, dela procurar isentar as nossas. Desde a convocação do Conselho de Ministros respectivos da União Europeia que a opção parece ser dar passos em frente antes de toda a gente e fazer do País voluntário para a colaboração nas interposições, com risco de outras missões.
Meu Caro Zé Maria:
É a minha única esperança, que as dificuldades institucionais impeçam esta infelicíssima escolha. Fico varado com a ligeireza com que se põe em risco os nossos Soldados, sem mais recompensa do que a de sermos dados como «bons rapazes», muito empenhados no cumprimento de fantasias ONUsienses.
Abraços a Ambos.
At 10:16 PM, Paulo Cunha Porto said…
Mas, Visconde Amigo, há que gritar-lhes isso com um megafone!
Ab.
At 1:08 PM, Anonymous said…
Ó Amigo Çamorano!,
Quem não quer ser lobo - ou cordeiro, ou camaleão - não lhe veste a pele...
O Internauta Descerebrado
At 1:12 PM, Anonymous said…
Assim,
a) de acordo com o seu primeiro comentário;
b) de acordo, também, com a primeira parte do segundo;
c) em desacordo com a segunda parte do segundo.
Cordialmente,
O Internauta Descerebrado
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