Conto de Duas Idades
.

E de aí ter dito, pelo meio das honras e continências regulamentares, que, estando a Alemanha em guerra e sendo Portugal um País neutro, mas aliado britânico, o vaso de guerra teria de retirar de águas timorenses, lamentando não poder convidar os graduados para um almoço, como noutras circunstâncias faria. Tamanha era a desproporção de forças, que consta terem vários oficiais alemães esboçado um sorriso. Mas tal era a honra e o reconhecimento da bravura desse Grande Chefe Militar Germânico, que terá aproveitado para dar uma lição de integridade aos seus subordinados - pedindo desculpas pela infracção, mandou içar o pavilhão português e retirar para águas internacionais. O que comprova que no Mar ainda era possível manter a dignidade que se evaporava dos campos de batalha em Terra. Aconteceu em Agosto, não a 31, mas a 24. E a parcela de injustiça que tenho de confessar é ter apenas para Vos oferecer o retrato de um dos protagonistas.

8 Comments:
At 1:42 PM,
Anonymous said…
La anglofilia le "costó cara" a Portugal en 1914- 1918; también tuvo sus consecuencias en la vida de don José María Aznar (la foto de las Azores)......Dicho español: ¡Para que te vayas con los soldados (¿de la Pérfida Albión?)!
At 5:42 PM,
Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Çamorano:
Nem creio que tivesse sido a anglofilia, que os políticos que ocuparam o poder em 1914-1918 fartaram-se de dizer cobras e lagartos da Inglaterra, depois do Ultimato, apesar de, após 1910, vendo que o prestígio de Soveral fazia o pobre Teixeira-Gomes, Representante Diplomático em Londres, ficar trancado em casa, tentarem pelos meios mais humilhantes um reconhecimentozito, com a vinda de um barco britânico ao Tejo.
E a entrada na Guerra foi sempre contra os conselhos de Londres, que nada mais queria do que controles portuários sobre navios alemães, no que, traiçoeiramente, foi mais do que atendida; e, quando muito, algum reforço de artilharia. O governo republicano, em 1917, conseguiu o que queria: um Corpo de Exército na flandres. Para desgraça dos que lá foram sepultados e vergonha ou tristeza da Nação.
At 5:46 PM,
Anonymous said…
Todas as guerras são horríveis, já chegamos a essa conclusão, mas o cavalheirismo (na guerra) acabou quase completamente com a guerra de 14/18. Depois dessa, poucas histórias há para contar desse tipo.
Beijinho.
At 5:57 PM,
Paulo Cunha Porto said…
Mesmo nessa, Querida MFBA, em terra andou um bocado pelas ruas da amargura. Salvaram-se o Ar e o Mar, até um certo ponto.
Outro, muito grato.
At 10:40 PM,
Anonymous said…
Gosto deste episódio. Uma dignidade louvável. Cumpts.
At 10:11 AM,
Paulo Cunha Porto said…
De parte a parte, Caro Bic Laranja. Pensa-a possível nos dias de hoje? Huuuumpf, é melhor irmos tomar um copo.
Abraço.
At 1:11 PM,
Anonymous said…
Um belo episódio que eu desconhecia totalmente. Parabéns.
(Já agora, um pequeno post sobre os ataques alemãs às colónias portuguesas, antes de 1916...)
At 7:28 PM,
Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Miguel:
Muito obrigado, penso que é uma história edificante e real, para variar. Pena que o nosso militar tenha acabado pobremente, num hospital, sem reconhecimento.
O tema que sugere é-me muito caro, já que o meu Avô, além da Flandres fez campanha de África. Vou pensar no que poderei dizer sobre o tema.
Abraço.
Post a Comment
<< Home