O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Tuesday, August 29, 2006

À Meia-Luz

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E é também o dia de Ingrid Bergman, a Sueca que depois da presença dominadora de Garbo fez também da vulnerabilidade o seu sprint para o mais alto estrelato. Para sempre ficará no nosso espírito a indecisão que transparecia dela em «CASABLANCA», por inacabamentos do argumento, em que pedia aos que o escreviam e ao Realizador: «Por favor, digam-me por quem estou apaixonada». Mas nem só da indecisão viveu a fragilidade fílmica da presença desta Mulher. Aterrorizada em «UNDER CAPRICORN», violada em «POR QUEM OS SINOS DOBRAM», recebendo as forças do Além, que não do seu interior em «JOANA D´ARC», é em «GASLIGHT», levada paulatinamente à "loucura" por um conjugal e perfeito vilão Charles Boyer que eu a prefiro. Ou como a aparente dificuldade em defender-se pode impulsionar o espectador para a ânsia de que uma protecção lhe seja ministrada, ao contrário de tantas outras Celebridades do Ecrã, que subjugavam pelo império que seguramente exerciam.

4 Comments:

  • At 1:55 AM, Anonymous Anonymous said…

    já o nome tudo diz: Bergman..
    Transparecer uma força única atraves da fraqueza é arte que só a poucos. Uma perversidade no feminino inversa do masculino.

     
  • At 4:09 AM, Anonymous Anonymous said…

    Esta dupla Bergman/Boyer está associada, para mim, ao filme "Arco do Triunfo", baseado na obra de Erich-Maria Remarque.
    Resta dizer que li o Remarque quase todo, antes dos 20 anos, começando por "A Oeste nada de novo". Depois "Le ciel n'a pas de favoris" (livros Presse Pocket, a 27$50, comprados numa cave da Estefânia), "A centelha da vida", "Três camaradas", "O caminho de regresso", "Uma noite em Lisboa", "Arco do Triunfo".
    Uma lição de literature e humanismo, no dealbar dos anos 80.
    Como Joana D'Arc a Ingrid também está no meu top. Acima da Renée Falconetti ( Carl Dreyer), da Sandrine Bonnaire (Jacques Rivette), da Lili Sobiewski (há-de haver aqui um erro qualquer na grafia).

     
  • At 8:56 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    E, esqueci-me de dizê-lo, Caro Visconde, uma Actriz que, REALMENTE, representava!

    "Montanha do Homem", sim não tinha pensado nisso. Bela achega!

    Meu Caro Luís:
    A pobre da Bonnaire não tem culpa, mas tem uma cara que sempre me irritou, o que em nada a diminui, artisticamente, claro está. Atenção, preferir qualquer intérprete joanadarquiana a Falconetti dá direito a torturas chinesas numas sinistras masmorras dos fanáticos de Dreyer. Temo pela tua segurança!
    Abraços.

     
  • At 9:49 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Melhor dizenhdo "Homem da Montanha". Para o caso dá no mesmo.

     

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