À Meia-Luz
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E é também o dia de Ingrid Bergman, a Sueca que depois da presença dominadora de Garbo fez também da vulnerabilidade o seu sprint para o mais alto estrelato. Para sempre ficará no nosso espírito a indecisão que transparecia dela em «CASABLANCA», por inacabamentos do argumento, em que pedia aos que o escreviam e ao Realizador: «Por favor, digam-me por quem estou apaixonada». Mas nem só da indecisão viveu a fragilidade fílmica da presença desta Mulher. Aterrorizada em «UNDER CAPRICORN», violada em «POR QUEM OS SINOS DOBRAM», recebendo as forças do Além, que não do seu interior em «JOANA D´ARC», é em «GASLIGHT», levada paulatinamente à "loucura" por um conjugal e perfeito vilão Charles Boyer que eu a prefiro. Ou como a aparente dificuldade em defender-se pode impulsionar o espectador para a ânsia de que uma protecção lhe seja ministrada, ao contrário de tantas outras Celebridades do Ecrã, que subjugavam pelo império que seguramente exerciam.
4 Comments:
At 1:55 AM, Anonymous said…
já o nome tudo diz: Bergman..
Transparecer uma força única atraves da fraqueza é arte que só a poucos. Uma perversidade no feminino inversa do masculino.
At 4:09 AM, Anonymous said…
Esta dupla Bergman/Boyer está associada, para mim, ao filme "Arco do Triunfo", baseado na obra de Erich-Maria Remarque.
Resta dizer que li o Remarque quase todo, antes dos 20 anos, começando por "A Oeste nada de novo". Depois "Le ciel n'a pas de favoris" (livros Presse Pocket, a 27$50, comprados numa cave da Estefânia), "A centelha da vida", "Três camaradas", "O caminho de regresso", "Uma noite em Lisboa", "Arco do Triunfo".
Uma lição de literature e humanismo, no dealbar dos anos 80.
Como Joana D'Arc a Ingrid também está no meu top. Acima da Renée Falconetti ( Carl Dreyer), da Sandrine Bonnaire (Jacques Rivette), da Lili Sobiewski (há-de haver aqui um erro qualquer na grafia).
At 8:56 AM, Paulo Cunha Porto said…
E, esqueci-me de dizê-lo, Caro Visconde, uma Actriz que, REALMENTE, representava!
"Montanha do Homem", sim não tinha pensado nisso. Bela achega!
Meu Caro Luís:
A pobre da Bonnaire não tem culpa, mas tem uma cara que sempre me irritou, o que em nada a diminui, artisticamente, claro está. Atenção, preferir qualquer intérprete joanadarquiana a Falconetti dá direito a torturas chinesas numas sinistras masmorras dos fanáticos de Dreyer. Temo pela tua segurança!
Abraços.
At 9:49 AM, Paulo Cunha Porto said…
Melhor dizenhdo "Homem da Montanha". Para o caso dá no mesmo.
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