Armar-se ou Desarmar-se

O Hezbollah negou-se, pela voz de Mohammad Fneich, um seu autorizado dirigente, a entregar as armas ao Exército Nacional Libanês. Nada de novo, já tinha feito outro tanto no fim da guerra civil, ao contrário de todos os outros. A questão é, dentro do quadro do cessar-fogo, quem poderá obrigar o movimento shihita radical a fazê-lo.
Israel está à espreita da eventualidade de a força das Nações Unidas receber ordens claras para tanto. Claro que tal não vai acontecer. Nem é crível que a China, velha aliada dos Muçulmanos, porque inimigos declarados da sua arqui-rival Índia deixe passar um rol de instruções mais duro, nem alguém que não dê pela graça de Miss Rice espera que os militantes do dito Partido de Deus venham alegremente, de moto próprio, entregar o armamanto. Porque os radicais sabem que sem armas morrem. Perguntava-se, há dias, o extraordinário Autor de «Combustões» como é que, com parâmetros tão negativos, os hezbollahnistas podiam gritar vitória. O seu leader máximo já tinha respondido: para eles vencer era sobreviver; e sabem que isso não pode acontecer sem instrumentos de morte nas mãos.

Qualquer missão da ONU afigura-se ou inútil ou espinhosíssima, tanto que a França, sempre tão ciosa de estabelecer presenças militares nos territórios que colonizou ou administrou, reduziu para 200 o número inicial de dois mil militares seus previstos para a força de interposição. Pelos vistos só o Eng. Sócrates e o Ministro Severiano acham que será uma pera doce transformar combatentes fanatizados em civis. Ou talvez o voluntarismo de ambos tivesse em vista somente a elaboração de relatórios...
Uns não querem desarmar-se, outros querem armar-se... em parvos?