O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Thursday, August 17, 2006

Até Onde a Vida Alcança


Ted Hughes, que a 17 de Agosto veio ao Mundo, sofreu da infelicidade de perder uma Mulher com uma esfera interior dificílima, a qual, como poetisa, foi revelada graças a ele: Sylvia Plath. O mesmo Autor que produziu uma poesia digníssima, onde predominam a morte, a dor que lhe serve de rasto e o que se consegue encontrar além, ficou duplamente marcado por esse evento, quer pelo sofrimento que o divórcio e passamento dela lhe deixaram, segundo os íntimos, quer pela ofuscação que os poemas provocavam, fazendo empalidecer um pouco os do marido. Acresce que todo um cortejo feminista o acusou, no resto da vida, de responsabilidades no suicídio de Plath, após várias tentativas falhadas, não hesitando em recorrer à comparação com igual destino de Assia Wevill, sua relação extra-conjugal, que arrastou a filha de ambos no passo fatal. Como admira, pois, que o Literato que considerava a poesia como um paralelo da magia, da utilização pelo Homem do transcendente possível para se superar, conseguindo fazer coincidir a marcha das coisas com as suas aspirações, a empregasse na ultrapassagem da Dor, depois de a ter identificado com uma universalidade captável em todas as ocasiões em que a imagem da vitalidade se desvanece a contragosto, transformando o espírito na paradoxal carne viva que, por fim, se deixa?

THE SEVEN SORROWS

The first sorrow of autumn
Is the slow goodbye
Of the garden who stands so long in the evening-
A brown poppy head,
The stalk of a lily,
And still cannot go.

The second sorrow
Is the empty feet
Of a pheasant who hangs from a hook with his brothers.
The woodland of gold
Is folded in feathers
With its head in a bag.

And the third sorrow
Is the slow goodbye
Of the sun who has gathered the birds and who gathers
The minutes of evening,
The golden and holy
Ground of the picture.

The fourth sorrow
Is the pond gone black
Ruined and sunken the city of water-
The beetle's palace,
The catacombs
Of the dragonfly.

And the fifth sorrow
Is the slow goodbye
Of the woodland that quietly breaks up its camp.
One day it's gone.
It has only left litter-
Firewood, tentpoles.

And the sixth sorrow
Is the fox's sorrow
The joy of the huntsman, the joy of the hounds,
The hooves that pound
Till earth closes her ear
To the fox's prayer.

And the seventh sorrow
Is the slow goodbye
Of the face with its wrinkles that looks through the window
As the year packs up
Like a tatty fairground
That came for the children.

2 Comments:

  • At 3:05 AM, Blogger MRA said…

    Que dura pode ser a poesia...

    Devo dizer-te que és a única razão porque venho á net em plenas férias.
    Estou viciado no Misantropo.

    Qualquer dia estou nas Taipas! :)

    Abraço

     
  • At 9:17 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caríssimo MRA:
    Obrigadíssimo por interromperes os banhos, hihihihi.
    A poesia pode realmente sê-lo. Quando ampliada pelo que conhecemos da vida do Autor e dos seus, então...
    Grande abraço.

     

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