O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Wednesday, July 26, 2006

Uma Deselegância

Que o Governo haja decidido vender muitas casas de função, outrora usadas para albergar os magistrados deslocados, não suscita reparo, já que vêm evidenciando muito menor popularidade do que o subsídio alternativo. Que o faça ao mesmo tempo que aliena prisões é que já não parece opção feliz. Por um lado pode magoar os mantenedores da Lei serem metidos no mesmo pacote que os violadores dela. Por outro, pode fazer muita gente pensar que os antigos edifícios prisionais se encontram disponíveis por motivo idêntico aos das antigas moradas facultadas aos Membros dos Tribunais. Se, com os tratamentos demasiado benevolentes, até nem anda muito longe da verdade, é, ainda assim, uma assimilação desagradável.

5 Comments:

  • At 6:43 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Acredito, Caro Espadachim, que, com a mentalidade predominante, ninguém tenha dado por isso...
    Ab.

     
  • At 8:31 PM, Blogger Je maintiendrai said…

    Hahah, que bela associação!

     
  • At 8:38 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Mas é trágico, Caríssimo JM.

     
  • At 2:42 PM, Anonymous Anonymous said…

    Caríssimo Misantropo:

    É trágico, como bem diz. Quanto às casas de função, estas estavam, na sua maioria, inabitáveis, fruto da incúria de sucessivos desgovernos. É frequente um juíz ou MP ser atirado para uma comarca remota, sem subsídio de renda por a comarca ter casa de função, para depois, à pressa e com a bagagem às costas, andar à procura de lugar de pernoita por a habitação - em tempos condigna - estar agora sem as menores condições de habitabilidade.

    Até parece o que certas imobiliárias fazem com os prédios em Lisboa e Porto: destelham-se, deixam-se arruinar, para depois correr com os inquilinos e os vender ao menor preço para abate e reconstrução em escritório ou centro comercial.
    Infelizmente, meu caro, parece que a mentalidade neo-empresarial, que tanto estrago tem causado aqui e não só, estendeu a sua selvajaria incivilizada ao Estado, destruindo-o como se fosse uma empresa a ser engolida. Só lhes interessam os «resultados» - económicos, portanto virtuais, e não os reais, ou sejam, os conducentes ao bem geral.

    Quanto às prisões, receio que se trate não só da mesma mentalidade neo-empresarial como da já muito perceptível agenda de desmantelamento do País. Agenda essa, aliás, incorporável na mesma mentalidade: se fazem fusões e aquisições de empresas com a barbárie habitual, porque não de países?

    Triste época a nossa, meu Caro, com tais energúmenos em lugares de poder. Se quereis conhecer o vilão...

    Um grande abraço.

     
  • At 8:47 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Carlos Portugal:
    Obrigadíssimo pela conhecedora avaliação do problema. Para além da mitigação das distâncias, de que falei anteriormente, bem me queria parecer que não haveria problema de maior na alienação das casas de função. Quanto aos hotéis forçados, temo que se venha a enquadrar numa genérica substituição do castigo pela mera vigilância. "Hard timers, na verdade!
    Abraço.

     

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