Atracção Fatal
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Foi num 25 de Julho que rolou a cabeça de um Poeta, André Chénier, que está longe de ser, das muitas vítimas ilustres da Revolução, a que mais prezo. Ao contrário de Cazotte, que nunca se deixou fascinar pela política, mas morreu fiel ao Deus e ao Rei que conhecera, este jogou o seu papel. Viu assim como estão condenadas ao fracasso, em tempos revoltos, as tentativas de limitação da Realeza que excedam as ditadas pelo trabalho da Tradição. Quis-se constitucionalista e acabou a escrever panfletos contra o jacobinismo, hinos a Charlotte Corday, a menos condenável das assassinas; e a contemplar a divisão política que o apartava do seu próprio Irmão. Teve a dignidade de participar na defesa do Rei que queriam matar e mataram. Estava condenado. Como a permanência no cárcere foi longa, ainda deu para confirmar que na prisão alguns escritores se tornam bastante melhores do que o foram fora dela. O mesmo tribuno que gritou «A República não precisa de sábios», ao ser decidido o envio de Lavoisier para a guilhotina, poderia ter bradado neste caso: «A República não precisa de Poetas».
Foi num 25 de Julho que rolou a cabeça de um Poeta, André Chénier, que está longe de ser, das muitas vítimas ilustres da Revolução, a que mais prezo. Ao contrário de Cazotte, que nunca se deixou fascinar pela política, mas morreu fiel ao Deus e ao Rei que conhecera, este jogou o seu papel. Viu assim como estão condenadas ao fracasso, em tempos revoltos, as tentativas de limitação da Realeza que excedam as ditadas pelo trabalho da Tradição. Quis-se constitucionalista e acabou a escrever panfletos contra o jacobinismo, hinos a Charlotte Corday, a menos condenável das assassinas; e a contemplar a divisão política que o apartava do seu próprio Irmão. Teve a dignidade de participar na defesa do Rei que queriam matar e mataram. Estava condenado. Como a permanência no cárcere foi longa, ainda deu para confirmar que na prisão alguns escritores se tornam bastante melhores do que o foram fora dela. O mesmo tribuno que gritou «A República não precisa de sábios», ao ser decidido o envio de Lavoisier para a guilhotina, poderia ter bradado neste caso: «A República não precisa de Poetas».
4 Comments:
At 11:17 PM, Anonymous said…
VIVA O GLORIOSO VINTE E QUATRO DE JULHO!
VIVA D. PEDRO IV!
At 8:47 AM, Paulo Cunha Porto said…
Um pouco atrasado, receio. Já se estava no 25...
At 10:06 PM, Anonymous said…
Infelizmente, já. Mas mais vale tarde que nunca.
At 8:45 AM, Paulo Cunha Porto said…
Paciência, para o ano há mais!
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