Fogo no Rabo

Os mais altos vultos da administração norte-americana redescobriram com a recorrência que vem ao de cima sempre que lhes convém, a imperatividade de a Rússia introduzir «reformas democráticas» e de «partilhar os valores dos EUA e da Europa». Ao Vice-Presidente Cheney, o Senhor do Kremlin já respondeu com inegável humor, classificando as palavras do Político do Wyoming como «um tiro infeliz», o que, de imediato trouxe à memória o ferimento infligido por este a um amigo, durante uma caçada, meses atrás.

Mas o próprio Presidente interveio, dizendo da «necessidade das ONG´s poderem actuar na Rússia, livres de ameaças». Claro que há duas motivações para a intervenção: não deixar que Moscovo acumule demasiado prestígio nos êxitos contra o terrorismo islâmico que, por continuados e realmente devastadores, em muito ultrapassam a morte de Zarkawi, o que os EUA, por ora, têm para apresentar; e tentar criar o ambiente que permita a penetração dos serviços de informação ocidentais na Federação Russa. Mas Putin fez a sua formação no extinto KGB e não acredito que vá nisso...