Fascínio do Assassino Impune
Quando surgem notícias sobre a identidade que o comissário da Scotland Yard encarregado do caso e o seu adjunto tinham atribuído ao famosíssimo Jack O Estripador, um dos assuntos que mais tinta fizeram correr, reflicto em como exerce poderosa acção sobre os espíritos saturados de banalidade e carecidos de excitação, a figura de um serial killer não punido. Este terá escapado por se não ter conseguido arranjar prova bastante que o condenasse. Mas penso naquela sua antecessora, do Século XVII, tão esquecida, hoje em dia, que era a Princesa Jabirowsky. Por curiosidade, o nome por que se fez conhecer era polaco, como o do suspeito dos crimes de Whitechapel. Matou mais e melhor, pois atraiu e extinguiu, decapitando em seguida vinte e seis jovens integrados e saudáveis, cujas cabeças conservava em pratos, à maneira de uma Salomé que se procurasse agradar e não à Mãe. Para cúmulo, era tão princesa polaca como eu sou chefe Sioux, tratava-se de uma lindíssima e milionária inglesa, vocacionada para um macabro coleccionismo, dispondo em vista a ele de quatro cúmplices fiéis que viriam a ser justiçados. Descoberta por Lecoq, o melhor detective de La Reynie, o chefe da Polícia de Luís XIV, foi condenada à forca, mas conseguiu fugir da prisão, nunca mais tendo sido encontrada. Pergunto-me se o esquecimento em que jaz não advirá do facto de um História escrita, até há poucas décadas, por Homens não ser capaz de aguentar a visão assustadora de uma tão competente homicida de saias que os tomasse por alvo, enquanto se podia ir comprazendo nas espreitadelas do horror de prostitutas espostejadas em bairros pouco recomendáveis de Londres?
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