The Very Best

Há muito que andava para evocá-la, porque sempre achei que, sob o prisma da capacidade interpretativa, Barbara Stanwick era a maior notabilidade que Hollywood produziu. Sim, oh heresia(!), prefiro-a a Hepburn, por a considerar muito mais hábil na escolha dos momentos em que recorria a um registo eléctrico. Com beleza apenas suficiente para ser credível nalguns papéis e não afugentar o público, longe das bonecas que se conhece, tem uma filmografia notável tanto em comédia como em drama, que me absterei de esmiuçar. Tenho porém de falar de um filme, «BALL OF FIRE», de Hawks, que considero a melhor comédia de sempre e onde, por mil e um cambiantes inigualáveis, passa do cinismo da mulher marcada pelas cruezas da vida e contra elas vacinada, à Mulher seduzida pela pureza de um incrível Gary Cooper na pele de um vertical e ingénuo sábio. Como terei de convocar esse «DOUBLE INDEMNITY», de Wilder, de uma temática paralela à de «O CARTEIRO TOCA SEMPRE DUAS VEZES», apesar do materialismo mais exclusivo. Ali, onde Turner era a tentação por estar onde já não queria, Barbara era maquiavélica e mexida instigadora, desde o início, controlando e querendo prever. Hoje faria anos, pelo que me deu o ensejo que ora aproveito.