O Fogo e as Cinzas
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Longe da famosa estilização da obra de Man Ray, esta representação de «MULHER FUMANDO», assinada por Kelley Barcocy, vem a propósito da sondagem que nos dá um aumento de Portuguesas que fumam, acompanhado de um decréscimo das que bebem. Ignoro as motivações profundas do facto. Em princípio, o estímulo da sociabilidade que o hábito proporciona também poderia ser alcançado pelo álcool moderadamente ingerido. Talvez a razão esteja em que, no imediato, seja mais fácil suportar os efeitos de três ou quatro cigarros do que o de igual número de whiskeys. É sempre possível que a razão aventada seja o grau de prazer. Eu, porém, que sou um sujeito suspicaz, tendo a achar que o recurso ao fumo funciona como anti-depressivo, tal como os copos, sendo a sua grande vantagem a de evitar o retorno do estado de abatimento, durante a ressaca. Uma outra linha de explicação se oferece, o privilegiar de um acto que ajuda a manter a linha, contra a ingestão de calorias, embora a pele disso se venha a ressentir. E os adversários do fumo feminino podem encará-lo como um acto anti-cultural, com apoio nas restantes conclusões do inquérito. Este diz-nos que dois terços das nossas Compatriotas elegem a errância por centros comerciais como diversão prioritária e que apenas um quarto menciona visitas a concertos e exposições. Ora, fumar cigarros é o acto mais anti-cultural que existe: calculem quantos livros poderiam ser feitos com todo o papel que se queima!
Longe da famosa estilização da obra de Man Ray, esta representação de «MULHER FUMANDO», assinada por Kelley Barcocy, vem a propósito da sondagem que nos dá um aumento de Portuguesas que fumam, acompanhado de um decréscimo das que bebem. Ignoro as motivações profundas do facto. Em princípio, o estímulo da sociabilidade que o hábito proporciona também poderia ser alcançado pelo álcool moderadamente ingerido. Talvez a razão esteja em que, no imediato, seja mais fácil suportar os efeitos de três ou quatro cigarros do que o de igual número de whiskeys. É sempre possível que a razão aventada seja o grau de prazer. Eu, porém, que sou um sujeito suspicaz, tendo a achar que o recurso ao fumo funciona como anti-depressivo, tal como os copos, sendo a sua grande vantagem a de evitar o retorno do estado de abatimento, durante a ressaca. Uma outra linha de explicação se oferece, o privilegiar de um acto que ajuda a manter a linha, contra a ingestão de calorias, embora a pele disso se venha a ressentir. E os adversários do fumo feminino podem encará-lo como um acto anti-cultural, com apoio nas restantes conclusões do inquérito. Este diz-nos que dois terços das nossas Compatriotas elegem a errância por centros comerciais como diversão prioritária e que apenas um quarto menciona visitas a concertos e exposições. Ora, fumar cigarros é o acto mais anti-cultural que existe: calculem quantos livros poderiam ser feitos com todo o papel que se queima!
5 Comments:
At 10:02 PM, Rodrigo N.P. said…
E deixar de fumar? Grande mierda, que não é nada fácil. Vivessemos nos States e ainda processaria uma empresa qualquer por me ter induzido ao acto via publicidade...
ou algo do género.
At 10:18 PM, Paulo Cunha Porto said…
Não quero adoptar aqui uma posição anti-tabagista, Caro Rodrigo. Embora não fume, nunca me incomodou o fumo dos outros. Apenas procurei abrir linhas de argumentação contra e a favor do fumo, feminino neste caso, bem como, no final, dar conta de uma motivação que me afastou dele.
Abraço.
At 10:37 PM, MRA said…
E quantas sombras de árvore para nos esconder do sol enquanto lemos ainda estariam vivas...e leitores?
Abraços
At 10:46 PM, Rodrigo N.P. said…
Eu sei Paulo mas como ultimamente tentei parar sem sucesso aproveitei a deixa :)
At 9:15 AM, Paulo Cunha Porto said…
Caro MRA: é a dupla matança da Árvore e da Mulher. Como prezar o tabaco?
Caro Rodrigo: mil perdões por Lhe responder com um "slogan", mas... «Quem persiste vence!»
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