A Invocação Santânica
Santana Lopes veio dizer que não esquecia, o que se acredita. Como também se sabe que julga piamente ter sido vítima de uma canalhada, o que se compreende. Claro que o Prof. Cavaco poderá crer, com igual fervor, que o traído foi ele, quando o Dr. Santana se demarcou do final do Cavaquismo, de tabuística memória. Claro que é questão igual à do ovo e da galinha, pelo que pouco importa. Mas tentemos dizer qualquer coisa. Os poderes do Presidente são escasíssimos mas excessivos. Assim atestam a inconveniência de se manter o cargo. Escassos porque, em nove décimos do tempo, se cingem às magistraturas de influência, que o mesmo é dizer, a escutar e ecoar desabafos. A parte restante é dada como bomba atómica, ou seja, o que não devia existir, a saber: vetar diplomas e dissolver a Assembleia. Mas é o suficiente para que interessados e comentadores desenterrem "legitimidades eleitorais" opostas, que de todo inexistem. Ou, na linguagem do declarante de ontem, um «sarilho institucional». Que não se vê o Prof. Cavaco a fomentar demasiado, apesar de ter sido alvo dos ameaços impotentes de um dos seus adversários de hoje, quando ocupava a posição a que quer voltar. Mas que seria plausível no Dr. Santana, o qual passou a vida nos bastidores da política e decorrente intriga, se tivesse podido candidatar-se, como queria.
4 Comments:
At 3:50 PM, JSM said…
'Os poderes do Presidente são escassíssimos mas excessivos'! Ora aqui está uma bela síntese da problemática que enreda os republicanos e esta campanha eleitoral.
Quanto ao Santana não vi, mas confesso alguma alguma simpatia pelo sujeito.
Nunca falei com ele, não o conheço pessoalmente, mas andámos na mesma aula de Direito, nos tempos imemoriais do Prec. Naquelas RGA's defendia o CDS (Mide)no meio dos Uec's e Mrpp's, etc! Tinha uma certa coragem.
O tempo entretanto...
Um abraço
At 7:22 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro JSM:
Eu também tenho alguma simpatia pela figura e, crítico feroz que era da intervenção pública do Dr. Barroso, quis crer que ele conseguisse mobilizar as gentes para um projecto que transcendesse as alternâncias das clientelas. Ainda é, para mim, coisa para dilucidar melhor a razão pela qual, tão rapidamente, a comunicação social que o elevou o crucificou. Mas falemos curto e grosso: como costumo dizer entre homens e o Meu Amigo - que é Bom Entendedor - perceberá, «quiseram fazer-lhe uma coisa pouco agradável, porém ele pôs-se a jeito», tantas foram as trapalhadas...
Abraço.
At 3:24 PM, JSM said…
Tenho que concordar consigo. O problema é que já nos agarramos a tudo!
Há-de aparecer alguém.
Um abraço.
At 9:01 AM, Paulo Cunha Porto said…
Tenhamos fé. Mas sem Rei é ainda mais difícil.
Abração
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