O Estado Impossível

Em comentário ao post «Ódio Novo Cansa» o Miguel
Castelo-Branco vem dizer-nos que as animadversões
entre curdos e árabes são antigas. Se perguntarmos
a membros de uns e doutros é o que também nos dirão.
Mas estudando a história da região, não encontramos
facilmente o início nem a continuidade do antagonismo,
contrariamenta ao que sucede com o que faz enfrentar-se
turcos e a nação curda. A par de alguns arrufos, vemos
grandes e vitoriosas alianças, não apenas a de Saladino,
igualmente a que os moveu contra o ocupoante otomano, no
fim do Século XIX e princípio do XX.
Quanto à artificialidade do estado iraquiano, também a
sublinhei num texto anterior, «A PROMESSA DE LAWRENCE».
Mas não há saída. Talvez, por proximidade étnica ou
camaradagem anti-turca o Irão e a Arménia consentissem
num Curdistão independente, formado com a respectiva parte
do Iraque de hoje. Da Síria, a impassibilidade dos Hassad
nem permite previsões. Mas Ankara nunca permitiria que as
guerrilhas autonomistas e independentistas do seu território
se transformassem num irredentismo com os olhos postos num
independente país, logo ao virar da fronteira. É uma dopagem
que, de todo em todo, interditam.