Eu Tenho Dois Contratos
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Do emaranhado de alegações em que intervêm José Veiga, Sporting e João Pinto é mais do que perceptível que a duplicação é meio de ludíbrio, restando apurar quem quis levar quem. Já muitas vezes me tenho insurgido contra o atentado à dignidade dos futebolistas, tratados piores que os escravos, que eram um valor a conservar, ao contrário dos jogadores de hoje, em casos como o de Manuel Fernandes, que ninguém parece querer, impedido de jogar três jogos seguidos num clube inglês por expediente de regateio, para tornear pagamentos. Mas voltando ao caso vertente, se é difícil voltar ao tempo em que o Desporto justificava o nome, com amadorismos e carolices intocados, há pelo menos, uma grande benfeitoria que pode ser empreendida: a abolição da obrigatoriedade de representação dos atletas por um empresário. É muito duvidoso o valor que esta classe acrescente, justificando-se à custa do labor alheio similarmente à protecção dos proxenetas às suas tuteladas, o que ajuda a que estes se arroguem de igual estatuto no seu específico modo de vida.
A dependência de quem sua destes enriquecidos sem causa encontra a mais feliz expressão na tauromaquia, em que se chama ao que deveria ser mero representante «apoderado». E belíssima ilustração neste trabalho de Chus Pérez de Castro, «El Empresario Taurino».
Caso para citar o mais famoso coelho dos desenhos animados: «Get a life!».
Do emaranhado de alegações em que intervêm José Veiga, Sporting e João Pinto é mais do que perceptível que a duplicação é meio de ludíbrio, restando apurar quem quis levar quem. Já muitas vezes me tenho insurgido contra o atentado à dignidade dos futebolistas, tratados piores que os escravos, que eram um valor a conservar, ao contrário dos jogadores de hoje, em casos como o de Manuel Fernandes, que ninguém parece querer, impedido de jogar três jogos seguidos num clube inglês por expediente de regateio, para tornear pagamentos. Mas voltando ao caso vertente, se é difícil voltar ao tempo em que o Desporto justificava o nome, com amadorismos e carolices intocados, há pelo menos, uma grande benfeitoria que pode ser empreendida: a abolição da obrigatoriedade de representação dos atletas por um empresário. É muito duvidoso o valor que esta classe acrescente, justificando-se à custa do labor alheio similarmente à protecção dos proxenetas às suas tuteladas, o que ajuda a que estes se arroguem de igual estatuto no seu específico modo de vida.
A dependência de quem sua destes enriquecidos sem causa encontra a mais feliz expressão na tauromaquia, em que se chama ao que deveria ser mero representante «apoderado». E belíssima ilustração neste trabalho de Chus Pérez de Castro, «El Empresario Taurino».
Caso para citar o mais famoso coelho dos desenhos animados: «Get a life!».
5 Comments:
At 1:36 PM, Anonymous said…
Eh,eh,eh! Esta gravura retrata de maneira sublime o típico empresário futebolístico. Muito fáceis de encontrar em negociatas esconsas na Ribadouro ou no Gallery a celebrar mais um contrato.
At 2:29 PM, JSM said…
Mas afinal qual é a ementa!
Tripas à moda do Porto?
Vieirinhas recheadas com mantorras?
Ou pintos entremeados com duques!
A resposta é: está tudo na lista, e o acompanhamento são batatinhas da manutenção com uma folhinha de louro, só para dar gosto.
Bem, estou almoçado.
Um abraço.
At 8:24 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Capitão-Mor:
Também achei adequadísimo. Ainda peno na tentativa de encontrar uma boa ilustração dos hábitos de traficâncias entre dirigentes de clubes e árbitros, à Moda de Canal Caveira, ou com o "agiornamento" do universo alternativo que também iria bem como "alternadeiro".
Meu Caro JSM:
Olhe que naquela questão da sobrevivência não faltou quem acrestentasse uma pastelada de Belém da própria fábrica... Mas era uma canelada, da muita canela que se adicionou, claro.
Abraços a Ambos.
At 9:25 PM, Anonymous said…
Uma corja de negreiros acolitada por federações e confederações e deixada em à solta por partidos e governos.
Porque será?
Cumpts.
At 9:38 PM, Paulo Cunha Porto said…
"Money, money, money", Caro Bic Laranja.
Abraço.
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