O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Saturday, November 04, 2006

Linguístas e Linguarudos

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Tomo a liberdade de chamar a atenção dos Excelentíssimos e Amicíssimos Leitores para o excelente conjunto de postais que o António Viriato publicou sobre o problema dos estrangeirismos na nossa língua. Estou longe de ser um purista e, como o meu vocabulário é terrivelmente limitado, amiúde recorro a palavras e expressões de outros. Tento que não seja por pedantismo, senão como reforço da força ilustrativa, porquanto acredito que determinadas expressões e atitudes encontraram uma força em certos idiomas que é difícil igualar com equivalentes, noutros. Para além, claro está, de uma indefinível cumplicidade que se estabelece entre o redactor e o deglutidor de um bon mot. Vêem? Cá está!
Mas admiro muito o esforço e Amor Pátrio dos Resistentes que contra ele pregam. Além do Valoroso Criador de «Alma Lusíada», salientaria também o Bic Laranja, pela cruzada que continuadamente vem empreendendo contra o abuso das importações. Faz-me o labor destes dois Confrades lembrar a pregação radiodifundida de Agostinho de Campos, quando narrava a sua luta quotidiana contra a tentação do uso indevido. Creio já aqui ter contado que, certa vez, ao entrar numa loja, pediu «um abafo para o pescoço». Ao que a vendedora retorquiu, sobranceiramente: «Ah! O Senhor quer dizer um cachecol?». Resposta do Sábio: «Olhe Menina, era precisamente isso que eu não queria dizer!».
E assim, este pobre animal por detrás das grades, que integra o segundo grupo do título, pede antecipadamente desculpas aos Expoentes do Primeiro por não abandonar de todo a prática infame. Mas tentará sempre adoçar a coisa com os itálicos e as aspas atenuantes.
Não me vou, contudo, sem deixar uma ferramenta muito útil para os Irredutíveis.

Posted by Picasa

17 Comments:

  • At 1:42 PM, Anonymous Anonymous said…

    Livararia Popular de Francisco Franco......¡Suena bien!

     
  • At 2:02 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Çamorano:
    E, para além do nome, chegou a editar algumas obras importantes.
    Abraço.

     
  • At 2:13 PM, Anonymous Anonymous said…

    Querido Paulo
    Na área da informática é quase impossível não os usar. a mim soa-me mal dizer "sítio" em vez de "site". E quando o Paulo não consegue que dirá uma pobre como eu.
    Beijinho

     
  • At 2:20 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Conversa, Queridíssima MFBA. O Seu léxico é brilhantíssimo. E secundo a ideia de que algumas insistências em aportuguesar envolvem algum atrito...
    Um assunto completamente diverso:
    almocei hoje uma belíssima perdiz. Creio que é Apreciadora, por isso resolvi compartilhar a notícia deste prazer.
    Beijinho.

     
  • At 2:31 PM, Anonymous Anonymous said…

    Que inveja!!! Ainda as não comi este Outono.
    E tenho paulo uma receita familiar de se lhe tirar o chapéu! Um dia dou-lha
    Beijinho

     
  • At 3:05 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Uuuum! Já estou com água na boca. Cá por casa faz-se conpensando a secura da carne com o molho de cogumelos que "Nuestros Hermanos" crismam de «"A la Buena Mujer"». Uma delícia!
    Beijinho.

     
  • At 4:43 PM, Anonymous Anonymous said…

    Y fueron felices y comieron....¡Perdices.....! Hay dos tipos, amigo Paulo: la roja y la parda (la perdiz charrela, propia de trancos galicianos......)

     
  • At 6:43 PM, Anonymous Anonymous said…

    La perdiz.....¿Talismán ibérico?

     
  • At 7:33 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Çamorano:
    Esta era "roja", do Alentejo. Nada de pôr etiquetas políticas nos bichos, por favor! Mas as últimas que comi, antes da nomeada, eram de proveniência espanhola, um pouco maiores, compradas no "El Corte Inglés". Talvez fossem das que dizes.

    Pudera! Basta notar a sorte de quem as come! Quais ambrosias!
    Abraço.

     
  • At 7:42 PM, Anonymous Anonymous said…

    Amigo Paulo: la perdiz gallega charrela es muy escasa, está al borde de la extinción. Los cuentos clásicos castellanos acababan siempre con la coletilla: " y fueron felices, y comieron perdices". En la villa de Arévalo, provincia de Avila, existía una pared inmensa en la Plaza Principal donde se colgaban jaulas con perdices vivas a la venta.....La perdiz es realmente simpática.......

     
  • At 8:20 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro Çamorano:
    Era símbolo ligado ao Grupo Desportivo da CUF. Mais não direi, que ainda me chamam fascista, o que, como se sabe, me deixa lavado em lágrimas...
    Abraço.

     
  • At 1:03 PM, Anonymous Anonymous said…

    Boa recomendação, que lhe agradeço. Mas pela maior parte parece-me que a coisa já não leva emenda.
    Orgulha-me que me haja incluído, obrigado!
    Cumpts.

     
  • At 1:37 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caríssimo Bic Laranja:
    Quem seria mais merecedor, pela reiterada prática, de ombrear com o Amigo António Viriato?
    E sim, as resistências de autenticidade andam pelas ruas da amargura.
    Abraço.

     
  • At 4:30 PM, Anonymous Anonymous said…

    Querido Paulo
    "A la Buena Mujer"? não conheço esses. Mas também gosto com míscaros portugueses.
    Beijinho

     
  • At 7:55 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Frliz prato que tantas confecções tem, Querida MFBA.
    Beijinhos.

     
  • At 12:57 AM, Blogger António Viriato said…

    Meu Caro Paulo Cunha Porto,

    Já fiz o agradecimento das suas palavras, no sítio próprio, onde elas ganharam jus à sua atenção.

    Um abraço.

     
  • At 12:00 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caríssimo António Viriato:
    Gratos devemos estar-Lhe todos nós, perante a luta tão digna de louvor que vem travando.
    Abraço.

     

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