O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Thursday, November 02, 2006

O Princípio e os Princípios

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2 de Novembro obriga a lembrar o de 1917, em que o Foreign Secretary Arthur Balfour dirigiu uma missiva tornada pública a Lord Rotschild, Leader de um grupo sionista, dando conta da simpatia inglesa, tida por apoio em linguagem diplomática, à criação de um estado judaico na Palestina. É curioso como os alinhamentos nem sempre foram os esperados. Desde a luta, que se prolongaria até à efectiva criação de Israel, entre judeus sionistas e não-sionistas, ao desprezo a que os Árabes, com o Xerife de Meca, Pai dos futuros primeiros Reis do Iraque e Jordânia, votou os Palestinianos, ao contrário do que aconteceu com os seus irmãos de raça do Líbano, por exemplo. Passando pela aceitação por muitos do incrível projecto de fazer surgir a concretização da Nação Judaica no... Uganda, para o que o Governo Britânico chegou a dispender avultadas somas. Esta hipótese, estranhamente parecida com a que Hitler fantasiaria duas décadas mais tarde, de exportar toda a descendência de David para Madagáscar, chegara a ser equacionada pelo idealista fundador do Sionismo, Herzl, tal como a da edificação estatal na Argentina, ainda hoje o terceiro pólo de emigração de Hebreus, depois dos EUA e de Israel. Viriam curiosamente a ser os pragmáticos, com Weizmann, a insistir na fidelidade ao Espaço Histórico.
Não compro, porém, a ideia de a declaração ter sido recompensa por a influência judaica haver arredado os americanos do isolacionismo, na Grande Guerra. Nem, nessa altura, o poder político da comunidade era tão grande, nem explicaria o timing. As razões devem ser procuradas quer na disputa das simpatias do Povo Eleito aos Alemães, que com Zimmermann tinham mostrado disponibilidade para o efeito por eles pretendido, quer na tentativa de conter a influência francesa na Síria e Líbano, após a retirada dos Turcos.
Não fosse este mero interesse estratégico, como se explicaria toda a história posterior de embargo e atentados?
A imagem é de uma reunião celebrativa do documento, um mês depois de dado a conhecer.

5 Comments:

  • At 11:08 PM, Anonymous Anonymous said…

    O que sabe o Paulo sobre uma hipotética instalação da Nação judaica em Angola? (os meus dados nesta matéria são pouco sólidos...)

     
  • At 9:14 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Confesso que nada, Caro Miguel. Quando teria sido isso? Na altura em que se voltou a falar na espoliação de Angola e do Congo Belga, às portas da Guerra?
    Mas que terá dado a tanto responsável político para atirar com esse projecto para a África subsahariana? Mesmo os Falashas não se sentiriam inteiramente em casa...
    Abraço.

     
  • At 1:20 PM, Anonymous Anonymous said…

    Uma pequena pesquisa no Google fornece dados muito vagos e inconclusivos, mas tal parece remontar, claro, ao início do sionismo.
    Abraço

     
  • At 2:05 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Parece que as hipóteses foram mais do que muitas. A minha questão é: e a anuência do Governo Português?
    Abraço.

     
  • At 7:25 PM, Anonymous Anonymous said…

    Não encontro quaisquer dados sobre isso...

     

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