Entre, Vista
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Lá vi a entrevista que prometia ser grande, feita por Judite de Sousa a Santana Lopes, a pretexto do livro de memórias lançado. Mais do que o dorido passado, a que não trouxe novidades de maior, interessou-me a visão que o ex-Primeiro Ministro tem do próprio futuro. E aqui parece-me claro que vestiu, a tantos anos de distância, a pele do candidato presidencial, ao disponibilizar-se para, em devido tempo, correr contra Marcelo. Sabendo-se para que meta este se vai movendo, está traçado o caminho. Como, confirmação adicional, ao declarar eventualmente provisória a sua reconciliação com Durão Baroso, acorreu a prever o confronto com o outro rival de tomo que é dado como presidenciável pela Direita, após os onze anos cavaquistas da ordem. Por muita razão que tenha, mormente ao lastimar a desconsideração ditada pelo interesse, de não ter sido convidado a recandidatar-se à Câmara, este afã em posicionar-se para uma eleição tão distante pode ser o seu último tiro no pé. Porque as pessoas que ainda o levam a sério talvez se interroguem sobre como é que alguém tão magoado com a política pode estar tão ansioso para a ela voltar. E sabe-se que quem queira ter amigos melhor será que não enverede pelos caminhos da luta pelo Poder. O antigo presidente Truman, dos EUA, já dizia que «quem pretendesse encontrar um amigo em Washington, que comprasse um cão».
Sendo dez anos tanto tempo, para se manter vivo e aparecer nas televisões que o afundaram, só vejo uma hipótese: desafiar Cavaco, sem esperança, na reeleição. O que não constituiria novidade, pois foi a perder congressos para a liderança que chegou, fugazmente, ao topo.
Lá vi a entrevista que prometia ser grande, feita por Judite de Sousa a Santana Lopes, a pretexto do livro de memórias lançado. Mais do que o dorido passado, a que não trouxe novidades de maior, interessou-me a visão que o ex-Primeiro Ministro tem do próprio futuro. E aqui parece-me claro que vestiu, a tantos anos de distância, a pele do candidato presidencial, ao disponibilizar-se para, em devido tempo, correr contra Marcelo. Sabendo-se para que meta este se vai movendo, está traçado o caminho. Como, confirmação adicional, ao declarar eventualmente provisória a sua reconciliação com Durão Baroso, acorreu a prever o confronto com o outro rival de tomo que é dado como presidenciável pela Direita, após os onze anos cavaquistas da ordem. Por muita razão que tenha, mormente ao lastimar a desconsideração ditada pelo interesse, de não ter sido convidado a recandidatar-se à Câmara, este afã em posicionar-se para uma eleição tão distante pode ser o seu último tiro no pé. Porque as pessoas que ainda o levam a sério talvez se interroguem sobre como é que alguém tão magoado com a política pode estar tão ansioso para a ela voltar. E sabe-se que quem queira ter amigos melhor será que não enverede pelos caminhos da luta pelo Poder. O antigo presidente Truman, dos EUA, já dizia que «quem pretendesse encontrar um amigo em Washington, que comprasse um cão».
Sendo dez anos tanto tempo, para se manter vivo e aparecer nas televisões que o afundaram, só vejo uma hipótese: desafiar Cavaco, sem esperança, na reeleição. O que não constituiria novidade, pois foi a perder congressos para a liderança que chegou, fugazmente, ao topo.
9 Comments:
At 12:57 PM, Anonymous said…
Mas pelo menos não tem papas na língua.
abraço
At 1:09 PM, Anonymous said…
De acordo com a análise, apenas uma observação lateral: a extrema animosidade da entrevistadora ao invés da amabilidade com que "contracena" com A.Vitorino.
At 2:24 PM, Anonymous said…
Querido Paulo
Ontem foi dia do jantar das quintas e nem pensar em gravar a entrevista porque indesgestão é coisa que ainda nunca tive.
Beijinho
At 6:04 PM, Anonymous said…
Paulo,
Nao vi a entrevista porque no lugar onde vegeto, ela sintoniza mal. Mas, se quando era atleta, tambeem me passvam no Apolo Setenta, ao nivel da cintura, os sorrizinhos da minha conterranea, nao me admira que ela seja brava para PSL e derretida para AV. Quanto a este uultimo, o nivel de ambos ee muito baixo e devem-se ver em jogatanas de cetim e poder, como dois leitoes de Orwell. PSL, nesse aspecto, deve fazer ver que nao tem tempo a perder com sopeiras.
Agora nao acredito em PSL. Era muito faacil fazer filhos a quem os queria e, depois, assumir a responsabilidade do anterior quando naao tinha que os pagar. Embora isso seja com a conscieencia de cada um, o cuumulo do dislate era poor PSL a botar faladura no referendo. Nao basta parecer, ee preciso ser.Nao basta a garra de Peron, ee preciso o coraccao de Evita.
Andre
At 7:11 PM, Paulo Cunha Porto said…
Não, Caro Simão, porém começa a adoptar uns sofridos «Não, fulano desempenha funções de muita responsabilidade, não irei dizer mal dele aqui»...
Ah, mas, Caro Anónimo, na RTP1 adoptaram a parcialidade absoluta de levar nas palminhas os comentadores residentes, sendo, em contrapartida, feras para os entrevistados que (já) não pertencem à casa!
Querida MFBA:
Huuuum, não será o caso da Minha prezadíssima Amiga, mas tenho impressão de que na vida política portuguesa não haverá exemplo de alguém que tantos se gabem de ter comido, sem sobressaltos de maior...
Meu Caro André:
Céus, que virulência contra um nome bíblico!
Não me parece que haja riscos, na fase em que se está toda a gente que se imagina com responsabilidade(s) foge a sete pés do pobre do Homem.
Beijinho e abraços.
At 9:24 PM, Anonymous said…
Paulo,
Deve ser por falta de acreditar que o PSL fica no deserto. No meu bairro mora a Cinha, que por sinal, nunca vi e assegurou-me a Dona L. (que vive lá desde pequenina) ter-lhe a Cinha confessado que o "Homem da Vida dela" fôra o PSL. Mas já me disseram uma vez a mesma coisa, por vias travessas e eu acho que, quando as pessoas se podem ainda ver e, ao menos, trocar umas palavras adultas e corajosas, este tipo de confissão, não passa de uma figura retórica qualquer...
André
At 11:43 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro André.
Pois é possível, vá-se lá avaliar a esfera pessoal de cuja riqueza só conhecemos os sinais exteriores...
Abraço.
At 9:48 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Maria:
Mil perdões por não Lhe ter respondido logo, mas, por vezes, quando passam alguns dias, distraio-me. Devo dizer que sempre tive simpatia pessoal por PSL e até alguma política quando andou pela oposição no próprio partido. Mas na governação não provou, com pouco cuidado na escolha do gabinete, sobretudo naqueles que o traíram. E mostrou duas incapacidades - a de compreender que Cavaco estava ressentido com a sua demarcação, prestando-se à bofetada com a história das fotografias; e a de desconfiar das televisões, pensando que o meio que o elevara lhe seria sempre fiel. Foi esta incompreensão que censurei, vendo-o enveredar pela vitimização da coligação d interesses, cuja coincidência me parece que deveria ter previsto.
Quanto ao Futuro, não sei: os portugueses creio que não o quereriam voltar a ver no Governo. Mas em Belém,não sei. E é para aí que ele está a apontar.
Beijinhos.
At 3:41 AM, Anonymous said…
O Paulo 'vê-o' futuramente em Belém e eu vejo-o em todo o lado menos em Belém. Acho que o Pedro não tem personalidade para aquele cargo, sinceramente. Se bem que ele seja melhor pessoa e porvenura, apesar de todos os seus defeitos, melhor político do que todos os outros por quem tem estado rodeado. Mas também não é difícil, convenhamos.
Cumprimentos Paulo,
Maria.
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