Crimes e (não) Poder
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O dia de hoje evoca outra cabeça de vento. É aquele em que nasceu a amante de Luís XIV Athenaïs, Marquesa de Montespan, que vendo o Rei, ao fim de oito anos, menos encantado com os seus dotes, fez rezar sobre o seu corpo nu uma missa negra em que a Espécie Líquida era sangue de criança sacrificada, o que é grave perante Deus; e terá tentado ministrar filtro amoroso no Real Corpo, o que é grave perante os homens. Em atenção aos filhos de Ambos o Monarca destruiu as actas do processo.
Mas este caso deve fazer-nos pensar e equacionar os paralelos ocultos que também hoje se podem encontrar. Vivemos tempos em que por igual a superstição orbita em torno do Poder. Desesperadas por sentirem a falta de amor dos políticos, as pessoas tentam reconquistá-lo com essa poção duvidosa que é o voto num partido, ou para a Chefia do Estado. E para atingirem o esplendor, não já do estatuto de Favorita, mas do comodismo, não hesitam defender legislação que permita retalhar crianças inocentes. Pouco mudou, enfim. A maior diferença está em o Chifrudo triunfar pela insinuação, em vez de ser abertamente invocado...
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2 Comments:
At 4:25 PM,
Anonymous said…
Meu Querido Amigo
O dia de ontem foi mau? Já está melhor hoje?
Se puder vá-me visitar, porque hoje vai gostar.
Beijinho Paulo.
At 11:15 AM,
Paulo Cunha Porto said…
Foi chatimho, Querida MFBA. Ontem, entretanto, não vim aos blogues, à noite, por causa de uma paródia à antiga. Mas vou já para Lá.
Beijinho.
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