Kadhaffi Imp.-Exp. Co.

O Pan-Africanismo do Leader da Líbia só veio à tona depois de ter deixado de ter quem lhe ligasse no Bloco Leste, com a queda da URSS, e no Mundo Árabe, com a emergência de chefes carismáticos mas menos excêntricos, mesmo para um padrão árabe, em Países mais populosos por esses grupos étnicos povoados. A nova ideia motriz do bom do Coronel tem maneiras pouco ortodoxas de se manifestar, o que leva a uma dúvida nada descabida sobre se estará o petróleo do seu país nos derradeiros dias. Numa semana conseguiu defender a teoria singular de a Europa dever pagar para NÃO ter de suportar uma vaga de imigrantes vindos de África, o que é precursor, na medida em que prestações pecuniárias só têm lógica por pagamento de aquisições desejadas ou por danos causados.
Mas não tardou a superar-se: veio agora defender que, tendo a Coca-Cola como base plantas de origem africana, os seus produtores deveriam pagar a este Continente pela comercialização do Produto. Impagável, como se vê, é o recém-reconhecido Estadista; mas quem se lhe pretendesse opor, em juízo, bem poderia dizer que há muito que os naturais do Continente Negro se tinham apercebido do carácter maligno da beberragem, ao ponto de tudo fazerem para devolver uma garrafa dela aos Deuses, como era o caso do protagonista de «OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS».
As reivindicações do Homem de Tripoli tiveram, no entretanto, o condão de me fazer suspeitar de uma razão plausível para as péssimas prestações que vem tendo o Benfica. Num lugar de destaque da Catedral da Luz jaz um gigantesco anúncio ao refrigerante de Atlanta. Desmascaradas as origens dos produtos que o compõem, não é de admirar a letargia que atinge momentaneamente os nossos atletas: então não é de África que vem a doença do sono?