Glória aos Mitos
Uma lenda entre outras, aqui pintada por Luc Olivier Merson, quer que Fidípides tenha morrido de exaustão ao transmitir a Atenas a nova da vitória sobre o Exército de Dario. Não terá sido assim, mas a mensagem de esforço ficou como imagem de marca dos maratonistas que percorreriam uma extensão igual à de um dos seus percursos, sendo que outro deles seria o fundamento da heroicidade: a viagem em tempo record para pedir a Esparta um auxílio legalmente impossível em tempo útil.
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Mas bem verdadeiro foi o acontecimento que se celebra a 13 de Setembro, o da Batalha da Maratona. Numa época de recrudescimento de ameaças persas, gostaria de ver presente o espírito que trouxe a salvação de um Mundo que nos formou, a coragem de atacar um adversário três vezes mais numeroso. Além de que, nos tempos que correm, também está na moda instaurar governos-fantoche, como o Hípias daquele tempo tentava ser, apoiando-se no partido popular, dos Tiranos. Não consente já a prosápia de cada nação é que se recorra a comandante estrangeiro, como o Milcíades triunfante. E a moda novecentista dos "conselheiros militares" deu bota, como se sabe.
Ésquilo dizia que o facto de ter combatido naquele momento fulcral era mais importante do que todas as tragédias que escrevera. Entendimento que demonstra à saciedade a diferença de têmpera dos intelectuais daquele tempo e a dos deste desgraçado que atravessamos.
2 Comments:
At 10:39 PM, António Viriato said…
Essa diferença ficou bem expressa na conhecida palavra-de-ordem - better red than dead/antes vermelhos que mortos - gritada pelos chamados pacifistas ocidentais, nas manifestações que corriam por essa Europa fora, nos anos da Guerra-Fria, advogando o desarmamento - o ocidental, claro -ainda que unilateral.
Os herdeiros deses pretensos pacifistas e alguns ingénuos distraídos clamam hoje contra a reacção ocidental ao terrorismo islãmico, ao mesmo tempo que desculpam o fanatismo muçulmano, chegando a insinuar que foram os próprios americanos que organizaram os ataques às torres gémeas, em Nova Iorque, como ainda recentemente ouvimos na RTP, até com a cobertura de pessoas mais que experimentadas em matéria política, como o nosso famigerado ex-Presidente da República, o sempre mui enaltecido Mário Soares. Até onde pode levar a falta de escrúpulo ou o medo de lutar seja pelo que for...
At 8:44 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro António Viriato:
É tão grande a vontade de cegueira desses que aponta, que estou tentado a espalhar o boato da conversão norte-americana ao islamismo. Aí era ver os mesmíssimos a pregar a cruzada...
Do político a contra-vontade reformado que refere não esperava nada de bom. Mas desejaria que pessoas que estimo e algumas que admiro não se metessem no mesmo barco.
Quanto às teorias da conspiração, delírios extremos que são, sugeriria dois excelentes textos: o que o nowsso Amigo Jagoz escreveu no blogue «Estrada de Damasco» e o que José Júdice assina numa folheca de distribuição gratuita, o «METRO», de ontem.
Forte abraço.
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