O Mundo na Mão
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E passa também hoje mais um aniversário sobre o feito do texano Wiley Post, que, em 1933, se tornou o primeiro aviador a conseguir dar a volta ao Mundo sozinho, em 7 dias, 18 horas e 49 minutos. Já antes, na companhia de Gatty, tinha retirado um zero ao título de Verne, «A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS», sabendo-se como, à Direita, até um algarismo tão nulo tem valor. Este Homem, que via mais com um olho do que os outros com dois, tinha perdido uma das vistas numa exploração petrolífera, onde ganhava honestamente o seu pão, após uns começos pouco prometedores, como ladrão de automóveis. Na qualidade de piloto particular do milionário do petróleo para quem trabalhava, mostrou ser grato, ao denominar o avião Winnie Mae, em homenagem à filha do patrão. Desde sempre dado à mecânica, na impossibilidade de pressurizar a cabina do aparelho, inventou um fato de pilotagem com que pretendia atingir a estratosfera. Nem o final infeliz, num voo de 1935, retirou o brilho a este aventureiro, que é o daqueles que têm asas e conseguem usá-las sem medo da ausência de companhia. Pensando num Homem das Alturas com mutas horas de voo, a quem dedicar esta evocação, encaminho-a para o Jansenista.
3 Comments:
At 3:27 PM, Jansenista said…
Obrigado pela dedicatória, e pelas razões - imerecidas. Lembrei-me de uma colecção de livros da TIME-LIFE sobre a História da Aviação, que comprei na adolescência e que ainda guardo, e onde se contavam as fascinantes proezas de Wiley Post. Talvez tenha sido isso que fez de mim um "armchair bush pilot", com algumas horitas no Flight Simulator (ultimamente não tenho tido tempo, mas qualquer dia volto com o hidroavião para uns sobrevoos do parque de Banff).
Abraços!
At 6:06 PM, Anonymous said…
"Wiley Post's flight remains the most remarkable flight in history." disse Howard Hughes, e este homem sabia do que falava. Em 1933, ainda na pedra lascada da aviação, foi obra!
Com uma vida dedicada aos aviões, paixão que persiste, felicito-o pela escolha e associo-me a ela. A coragem, esse bem cada vez mais raro, bem merece ser lembrada.
Abraços
Zé
At 6:56 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Jansenista:
Vá, nada de modéstias, eu - como qualquer outro Leitor - sou melhor juiz. Mas que coisa! Malditos afazeres que tiram tempo ao treino de "pilotagem", como ao da maratona!
Meu Caro Zé: Oh se sabia, também foi um grande vulto da aviação, talvez até a sua faceta mais simpática, que como cineasta e garanhão a sua persistência na introspecção e em não jogar o jogo são algo exageradas. Post, que chegou a trabalhar para o Correio, numa felicíssima adequação do nome, era de uma bravura a toda a prova, da têmpera dos nossos Coutinho e Cabral, do Lindberg que já aqui evoquei, da Amelia cuja vez chegará...
Anotando a ligação de que fala, permito-me, se o Jansenista não deduzir oposição, a estender ao Meu Querido Amigo a dedicatória do "post". Com maiúscula e sem.
Abraços a Ambos.
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