A Idolatria Sádica
Sabe-se como o amor, em certas mentes, só consegue exprimir-se através da inflicção da ameaça, da dor ou da humilhação ao ser amado. Mas surgiu agora a notícia de como uma fan de John Cusack, entretanto impedida judicialmente de se aproximar dele, ou de contactá-lo, desenvolveu atitudes paralelas, relativamente ao involuntário objecto da sua admiração. Não falo já das mensagens de amor amarradas a pedras e a chaves de parafusos atiradas para o quintal da "vítima", as quais ainda poderiam passar por desajeitadas expressões de fervor. Penso é num mais subtil mecanismo psíquico afectivo, que a determinou a ameaçar fazer-se mal a si própria, caso o Actor lhe não desse resposta. Esta desiquilibrada, sem lar próprio, tinha criado uma fantasia de viver com o Astro de Hollywood, ao ponto de dar como endereço do correio que a ela fosse dirigido a morada daquele. A partir daí, um pequeno salto qualitativo foi convencer-se de que ameaçando prejudicar-se, não poderia deixar de fazer sofrer quem não admitia que pudesse ser indiferente à sua pessoa.
Enfim, em escala maior, uma obsessão, como muitas espalhadas pelo dia-a-dia de tanta gente.
3 Comments:
At 7:07 PM, Paulo Cunha Porto said…
Bem que ela queria pertencer ao Mundo do Cinema, parece que sim. Enfim, pode agora vender entrevistas.
Abraço.
At 12:10 AM, Anonymous said…
Já começo a achar que é tudo normal no mundo do Amor.
A minha mãe acabou de me contar a seguinte história verdadeira:
a filha de uma amiga resistiu apenas três meses ao casamento. Actualmente está a viver com o Padre que a casou. Ele abandonou o sacerdócio. Quando ela lhe contou dos problemas conjugais que estava a ter, o Padre aconselhou-a a ir para o convento uma temporada.
Ela foi um mês para o convento e agora está a viver com o Padre.
A tia dela não achou grande piada ao "twist" da história.
Foi falar com o Padre e disse-lhe que as freiras eram todas uma cambada de frustradas. Que só iam para o convento em solução de recurso.
O Padre disse que não era tanto assim.
A minha mãe está bastante perturbada, mas ficou duas horas ao telefone com a amiga.
Mesmo assim lamentou-se: "Estou a perder as telenovelas".
At 8:59 AM, Paulo Cunha Porto said…
Em bom rigor, Caro Luís, a culpa é toda da Tia. O pobre do ex-sacerdote, para salvar a honra do convento, teve de lhe demonstrar que a desditosa jovem não estava em estado tão necesitado como isso e até tinha um ombro masculino amigo ali bem ao pé. Pelo que suponho que queira casar com ela, caso contrário só por louvável escrúpulo, atestando ganho na troca da desiludida, se justificaria o abandono do Serviço de Deus. Afinal o Clero Secular não faz voto de castidade, mas de celibato. A abstenção mais radical é reservada aos monges. Claro que um espírito digno e raro poderá conceber a vocação sacerdotal irremediavelmente comprometida pela cedência ao pecado da luxúria. E, caso não haja anulação, o adultério complica a coisa. Mas, em termos de gravidade, creio não haver comparação com a violação de um voto específico.
Vê lá se esta visão optimista da saga anima a Senhora Tua mãe.
Abraço.
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