O Cerco e o Olhar

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Ai Que pena, perante o assalto dos acontecimentos angustiantes, cuja notícia nos morde de todo o lado, não poder conservar a calma e a concentração plácida numa bebida, como o faz Steve McQueen, rodeado de labaredas, nesta magnífica fotografia de William Claxton! Por uma vez o álcool não seria tanto o escape da frustração, mas o signo da recusa de deixar esmorecer a honra que reside na análise distanciada. Apesar de se saber como arde, quando lhe chegam uma chama.
Já na pintura, de Degas, aniversariante que seria hoje, é o crítico de arte Duranty, no seu gabinete de trabalho, que nos é dado. Ao contrário das clássicas representações de São Jerónimo, o que aqui nos se apresenta não é a solidão como condição da apreensão da Lei para ser vertida para os Homens, antes o sentimento de se apartar daquilo em que a função e a postura exigem que se atente. Foi este mesmo, o Amigo de Manet, desafiado por ele para um duelo à espada e ferido, em seguida, tudo por o pintor ter achado insultuosamente longe da suficiência uma curta notícia de obras suas entretanto expostas. Resumindo e concluindo: de como o carácter tórrido dos eventos e o calor dos livros são sempre incómodo menor para um distante observador do que as vaidades feridas dos que julgaram ver na proximidade o direito ao encómio ou a à elevação da importância da sua obra.