Cerrar os Dentes
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Fico varado com a ideia saída da mente de Lee Hsien Loong, Primeiro-Ministro de Singapura, de despoletar uma campanha para que os quatro milhões de citadinos habitantes do território andem sorridentes, sem esmorecer, durante as reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacinal, que se realizarão no seu País, em fase mais adiantada do ano. É que essas duas instituições dão mais vontade de chorar do que de rir a muita gente, tal é o império que estendem sobre os estados. Simultaneamente, exorta-se a População a enviar a sua fotografia,para serem seleccionados os que integrarão um mural digital com o objectivo de receber os ilustres estrangeiros de tacha arreganhada. Temo de pensar o que sucederia à Gioconda, que sorri, mas de forma tão ambígua que a poderia tornar suspeita. E receio que o projecto ignore as premências da saúde pública, já que um estudo alemão recente demonstra que os profissionais que, por razão de ofício, têm de forçar o sorriso no atendimento dos clientes estão muito mais sujeitos a depressão do que os restantes.
Mas isso pouco importa, perante «Um Sorriso de Coquette», de Gustave Jaquet. Apesar de não ser visível a dentuça, teremos de o dar como luminoso, tal é o tratamento da luz e da sua incidência sobre a pele.
2 Comments:
At 8:16 AM, Paulo Cunha Porto said…
Como a do "coquetismo", que deixa ao outro a capacidade de fazer-se valer.
Bj.
At 6:28 PM, Paulo Cunha Porto said…
Claro, ele está lá para isso.
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