A Atracção do Veneno

Era por demais conhecida a actuação da ilusionista, engolidora de
fogo e domadora de serpentes Maria Gara, exemplificada na foto ao lado. Mas enfim, tratava-se de espectáculo e o domínio de animais perigosos sempre foi um tipo circense de triste tradição. O que é inovador é o par de desempenhos que, em diferentes continentes, duas serpes resolveram protagonizar. Nos Estados Unidos um piloto de avião teve de aterrar de emergência, ao ser surpreendido por um bichinho desses na cabina, aparentemente apostado em tomar-lhe o lugar. E na Índia, em Orissa, uma Mulher de casta inferior resolveu, com a benção da família, casar com uma serpente por quem diz estar apaixonada. Se está resolvido o problema do relacionamento familiar, dado que a nova Sogra poderá sempre chamar réptil ao Genro sem ofensa, a celebração da cerimónia envolveu alguns problemas de validade. Como muitos noivos, o animal mostrou-se algo renitente em dar o nó, o que, até pela sua específica anatomia, deveria ser perspectiva assaz aterrorizante. Vai daí, a cerimónia teve em seu lugar uma representação de latão dele. Ora, eu conheço a figura do casamento por procuração, mas sempre gostava de saber como foi pela lataria manifestada a vontade do ausente.
E eis que se fez luz nos miolos misantrópicos: a Rapariga Hindu quer emigrar para os Estados Unidos. Desconfiando de que neste País a legislação que disciplina os imigrantes não apresenta a latitude que o Eng. Sócrates por cá quer introduzir com um visto que contemple indefinidos buscadores de emprego, ou que como tal se apresentem, ela tinha de oferecer uma especial capacidade que a fizesse ser imediatamente integrada no mercado de trabalho norte-americano. É mais do que evidente que, com este novo estado civil será a primeira colocada em qualquer concurso de pilotos da companhia aérea que viu o seu voo perturbado.
Está tudo ligado, está tudo ligado.