Tempo Presente

.

Fim de tarde passado ontem nessa Casa Fernando Pessoa que andou pelas bocas do Mundo. A razão, o lançamento do Livro «FADO, FUTEBOL E FARPAS» do meu Amigo Luís Graça, Comentador Residente desta jaula, que, subtitulado «Uma Aventura Psicadélica», não é condicionado por aditivos na moda, antes extrai as visões menos ortodoxas do real da própria enformação da habitualidade que conhecemos. Num país dominado pelas personalidades e vivências do futebol, parte-se desta obsessiva comunhão nacional de interesses para outras omnipresentes alternativas do dia a dia, desde o universo dos strippers, às restantes figuras públicas de diversos sectores. Tivemos, em tempos, a extraordinária nomenclatura camiliana de Oitocentos. Ouso dizer que nunca, desde aí, se assistiu a tão grande investimento imaginativo na confecção das identidades, numa modalidade de ficção dependente de chave, em que a ligação dos nomes inventados aos das pessoas vivas é facilmente decifrável. Também conceitos que se tornaram essenciais no nosso quotidiano, como o de "frango", são alvo de uma teorização geral com variações a evocar os da «LEI DE MURPHY», em termos de criatividade. Cito ao acaso, a partir da odisseia de um dos protagonistas, no capítulo «Rui Cardo e o Fenómeno Galináceo», os desdobramentos «O Frango no desporto e o Frango na sociedade civil», «O Frango como resultado de uma infância infeliz», «O Frango Inconsciente e o Frango Subconsciente»... Toda esta acumulação de divertimento se desenrola num imaginativo contexto, em País chamado Bananalândia. Adivinhem qual é o modelo. Está longe de faltar tudo; para começar, é uma República...