Vanitas Comichosa

O Dr. Castro parece-me político mais sério, porque menos virado para o espectáculo e para o oportunismo, do que os seus antecessores na chefia popular, essa designação desmentida a cada sufrágio; mas não tem, manifestamente, jeito para lidar com as pessoas. Depois de ter visto o que as alusões a «colos» fizeram, na última campanha eleitoral, ao estado de saúde política do Dr. Santana, voltou à carga com a palavra infeliz, senão mortal, ajuntando-lhe o péssimo gosto de referi-la a imagens de Nossa Senhora de Fátima, Símbolos de devoção de muitos dos que poderiam ser seus apoiantes. Caiu assim na esparrela que o Dr. Pires de Lima lhe pôs à frente, classificando-o de «demasiado confessional», na perspectiva de que a pressa em assegurar o contrário gerasse um disparate.

Mas houve mais: segundo Nuno Melo, os deputados do PP à estão muito apoquentados por o Leader lhes não ter feito qualquer referência no discurso. E Telmo Correia, apoiado por grande parte deles, sentenciou o omissivo orador por «não ter feito um discurso empolgante». Articulando as duas apreciações, é caso para dizer que SEXª.s se empolgariam com a peça oratória que os engraxasse. Fica a receita passada: Dr. Castro, da próxima vez unte a vaidade dessa gente. Conseguirá muito mais do que 57%. Empolgue-os, não os empulgue.