O Senhor Cinema
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Primeira discordância: há quem diga que o título é merecimento de Chaplin. Contesto-o, porque muito mais completo era um Homem que conseguiu ser grande na interpretação, no argumento, na realização e ainda ostentou uma das mais fantásticas vozes dos filmes e da rádio. Por outro lado, o seu labor de actuação em filmes de outros para reunir fundos para os magnificentes projectos próprios indicia um amor à (7ª) Arte credor da consagração que titula. A biografia dá-nos uma existência muito mais quebradiça do que a fa imagem filmada. O que só aumenta o gigantismo da sombra projectada.
Segunda discordância: Dizem que é «KANE» o seu melhor filme. Rebato-o, é grande e dos maiores. Mas «ARKADIN» é preferível, porque revela sensibilidade aprofundada. Tenho ainda um fraco pelo pouco citado «CHIMES...», tanto quanto me condói a maldade espelhística infligida à Rita. Por muito infiel que seja o seu Shakespeare, verei sempre «OTELO» com os seus traços e MACBETH» com o seu toque. Divirto-me com a fraude cronométrica, irritando-me com a suadeira fronteiriça tocada pelo Diabo.
Orson Welles faria hoje anos.
Primeira discordância: há quem diga que o título é merecimento de Chaplin. Contesto-o, porque muito mais completo era um Homem que conseguiu ser grande na interpretação, no argumento, na realização e ainda ostentou uma das mais fantásticas vozes dos filmes e da rádio. Por outro lado, o seu labor de actuação em filmes de outros para reunir fundos para os magnificentes projectos próprios indicia um amor à (7ª) Arte credor da consagração que titula. A biografia dá-nos uma existência muito mais quebradiça do que a fa imagem filmada. O que só aumenta o gigantismo da sombra projectada.
Segunda discordância: Dizem que é «KANE» o seu melhor filme. Rebato-o, é grande e dos maiores. Mas «ARKADIN» é preferível, porque revela sensibilidade aprofundada. Tenho ainda um fraco pelo pouco citado «CHIMES...», tanto quanto me condói a maldade espelhística infligida à Rita. Por muito infiel que seja o seu Shakespeare, verei sempre «OTELO» com os seus traços e MACBETH» com o seu toque. Divirto-me com a fraude cronométrica, irritando-me com a suadeira fronteiriça tocada pelo Diabo.
Orson Welles faria hoje anos.
2 Comments:
At 10:52 AM, Flávio Santos said…
Acho-o um realizador sobreavaliado. Os efeitos mais impressionantes da sua técnica são demasiado ostensivos, do género «vêem o que consigo fazer»? No Citizen as sombras devem tudo ao cinema mudo alemão. E também o acho cabotino como actor.
Dito isto, não deixa de ser um criador acima da média.
At 11:26 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro FSantos:
Penso que as melhores interpretações dele estão em filmes de outros, como em «O TERCEIRO HOMEM», ou na aparição como pregador antes da famosa caça à baleia. Mas se o que dizes tem algo de verdade quanto à ostensividade de inovação no «C...»,nos «AMBERSONS», ou no «ARKADIN», flui muito benzinho. Não tenho um afecto desmedido pela obra, salvo por algumas deliciosas cenas de «CHIMES...», mas enorme admiração.
Abraço.
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